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Bolsonaro sobe entre quem ganha Auxílio Brasil, mas sem tirar votos de Lula
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Jair Bolsonaro subiu de 18% para 25% entre quem recebe Auxílio Brasil, entre abril e maio, mas Lula permaneceu com 50% de intenções de voto nesse grupo. Entre os que moram com alguém que ganha o benefício, Bolsonaro apenas oscilou de 28% para 29%, enquanto Lula cresceu de 47% para 59%. A informação faz parte de levantamento da FSB Pesquisa encomendado pelo BTG Pactual e divulgado nesta segunda (30).
Esses dois grupos perfazem famílias com baixa renda, inscritas do Cadastro Único e aptas a receber o benefício, representando 15% da população. Entre quem não recebeu, os outros 85%, Bolsonaro oscilou negativamente de 34% para 33% e Lula subiu de 40% para 44%.
A situação da economia vem sendo apontada pela própria campanha do presidente da República como a principal dificuldade para melhorar seus índices de votação.
O Auxílio Brasil, o sucessor do Bolsa Família, que paga um mínimo de R$ 400, teve seu poder de compra bastante reduzido por conta da inflação. Por exemplo, em São Paulo, no mês de abril, a cesta básica subiu 27% segundo o Dieese.
Lula (PT) atinge, segundo a pesquisa, 65% de intenções de voto entre quem ganha um salário mínimo, enquanto Bolsonaro (PL) tem 17%, Ciro Gomes (PDT), 7%, André Janones (Avante), 2%, e Simone Tebet (MDB), 1%. De um a dois salários por mês, Lula tem 54%, Bolsonaro, 25%, e os demais se mantém com os mesmos índices.
Entre dois e cinco salários mínimos, há um empate técnico, com Lula apontando 37% e Bolsonaro, 38% - nesse grupo, Ciro tem seu melhor desemprenho, com 12%. E, entre quem ganha mais de cinco SM por mês, Bolsonaro tem 45% e Lula, 33%. A margem de erro é de dois pontos.
Eleitores de Lula, Ciro e Tebet culpam governo pela inflação, já os de Bolsonaro, a covid
O governo Jair Bolsonaro é o principal culpado pela escalada da inflação para a maioria dos eleitores de Lula, Ciro e Tebet, enquanto a maioria dos que pretendem votar no presidente culpam a pandemia.
Para 56% dos eleitores de Lula, 47% de Ciro e 56% de Tebet, a gestão Bolsonaro é a maior responsável pela inflação, enquanto 68% dos eleitores do presidente apontam a covid-19.
Jair Bolsonaro defende que a inflação é culpa das quarentenas e medidas sociais adotadas para salvar vidas na pandemia, o que ele chama pejorativamente de "fique em casa".
No ápice da segunda onda de coronavírus, em abril do ano passado, quando mais de 4 mil óbitos eram registrados por dia pela doença, ele repetia que lamentava aquilo, mas incentiva a volta ao trabalho afirmando que "a morte é o destino de todos".
De acordo com a pesquisa, 41% apontam a pandemia como principal responsável pela inflação e 37%, o governo federal - um empate técnico dada a margem de erro de dois pontos.
Para 85% dos eleitores, os preços aumentaram muito nos últimos três meses, outros 10% afirmam que aumentaram um pouco. E, para 70%, eles devem continuar aumentando nos próximos três meses.
As medidas de Bolsonaro contra a inflação têm sido eficientes na opinião de apenas 19% da população, segundo a pesquisa.