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Leonardo Sakamoto

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Voto antipetista volta para Bolsonaro, que já empata com Lula em São Paulo

Colunista do UOL

11/08/2022 08h43

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Jair Bolsonaro (PL) está em empate técnico com Lula (PT) em São Paulo, de acordo com levantamento da pesquisa Genial/Quaest, divulgado nesta quinta (11). Em meio ao aprofundamento da polarização e ao naufrágio da terceira via, o atual presidente cresceu com a queda dos concorrentes de ambos, reassumindo a representação do antipetismo no estado.

O petista registra 37% das intenções de voto entre os paulistas, enquanto Bolsonaro atingiu 35%.

Lula se manteve estável, na margem de erro de dois pontos, desde março deste ano, quando tinha 39%. Foi Bolsonaro quem subiu dez pontos, fazendo com que a diferença que era de 14 pontos entre eles fosse reduzida a dois.

No mesmo período, a somatória dos demais adversários passou de 20% para 13% e os brancos, nulos e os que não pretendem votar, ou seja, os que rechaçam as opções, fossem de 12% para 9%.

A pesquisa aponta que o antipetismo paulista, que estava atrás de uma terceira via, está "voltando para casa".

Felipe Nunes, diretor da Quaest, avaliou à coluna que a vitória expressiva de Bolsonaro no estado mais populoso da federação, em 2018, se transformou em grande frustração durante a pandemia por ocasião dos problemas econômicos sentidos pelos eleitores paulistas.

"Agora, sem uma terceira via competitiva, o eleitor que nunca deixou de rejeitar o PT, volta a escolher Bolsonaro presidente", diz.

A pesquisa Quaest aponta que, se por um lado, o PT lidera em identificação partidária em São Paulo, com 16% dos eleitores, seguido de longe pelo PSDB e pelo PL, com 2%, ele também está à frente na rejeição partidária, com 29% - depois aparece o PL, com 3%, e o PSDB, com 2%.

Na pesquisa espontânea, em que não são fornecidas opções de nomes, e apresentam um voto mais consolidado, Lula tem 27% e Bolsonaro, 26%. No segundo turno, ambos também estão tecnicamente empatados, com o petista marcando 44% e o candidato do PL, 40%.

Os números reforçam o caráter polarizado da eleição presidencial, em que apenas os dois mais bem colocados até o momento demonstram chances reais de vitória. Ao mesmo tempo, é uma eleição plebiscitária, em que o eleitor é chamado a dizer se concorda em permitir que Bolsonaro permaneça no poder ou não.

Lula permaneceu estável, dentro da margem de erro, enquanto Bolsonaro cresceu, entre março e agosto, entre mulheres (subiu 11 pontos) e homens (mais nove pontos), e junto aos evangélicos - passou de 39% para 49%, enquanto Lula foi de 31% para 26%.

A Quaest também registrou mudanças entre quem recebe o Auxílio Brasil. Lula foi de 54% para 51%, entre julho e agosto, e Bolsonaro, de 20% para 29%, efeito da expectativa sobre o aumento no benefício - que passou de R$ 400 para R$ 600 nesta terça (9).

No último mês, Bolsonaro foi de 21% para 28% entre quem ganha até dois salários mínimos, enquanto Lula oscilou de 47% para 45%. Ao mesmo tempo, foi de 36% para 41%, entre quem ganha mais de cinco salários mínimos, enquanto o petista foi de 31% para 32%.

A avaliação negativa do atual presidente passou de 53% para 43%, entre março e agosto, em São Paulo. A quantidade de eleitores que afirma que ele não merece ser reeleito foi de 68% para 58%, enquanto os que dizem que ele merece passou de 29% para 39%.