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Leonardo Sakamoto

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Eleitores de Tebet são mais sensíveis que os de Ciro ao apelo do voto útil

RICARDO STUCKERT, ISAC NóBREGA/PR, KELLY FUZARO/BAND E EVARISTO Sá/AFP
Imagem: RICARDO STUCKERT, ISAC NóBREGA/PR, KELLY FUZARO/BAND E EVARISTO Sá/AFP

Colunista do UOL

17/09/2022 12h22

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Se depender do eleitorado de Simone Tebet (MDB), a eleição presidencial deveria ser decidida no primeiro turno. Pesquisa Ipespe/Abrapel, divulgada neste sábado (17), aponta que 66% dos que pretendem votar nela querem que tudo seja resolvido no próximo dia 2.

Isso é um indicador de que eles podem ser mais vulneráveis ao discurso do voto útil, que vem sendo pregado pela campanha de Lula (PT) contra a de Bolsonaro (PL). Enquanto isso, 29% dos eleitores de Ciro Gomes (PDT) preferem uma decisão ocorra já no primeiro turno e 39% no segundo - taxa que cai para 16% entre os eleitores de Tebet. Ambos são os principais alvos do discurso do voto útil.

Nesta sexta, em Taguatinga (DF), Simone Tebet criticou o assédio sobre o seu eleitorado.

"Não é a toa que é uma eleição de dois turnos. Se ganha no primeiro turno de acordo com propostas e ideias que os dois candidatos não apresentam porque não interessa a eles ir a debates e nem discutir os reais problemas do Brasil, porque são dois candidatos populistas, personalistas, que têm projetos iguais de partidos ideológicos e, consequentemente, querem matar a eleição no primeiro turno."

E mandou um claro recado à campanha de Lula sobre o risco dessa estratégia afastá-la de uma aliança no segundo turno:

"Lamento, também, porque no segundo turno nós sabemos que é preciso fazer composições. Fica sempre cada vez mais distante fazer essas composições quando a gente percebe que ambos os lados jogam de todas as formas, sem nenhum critério, apenas visando a questão eleitoral."

Ao longo da semana, Ciro criticou as investidas de lulistas que defendem o voto útil para que a eleição seja resolvida sem a necessidade de uma segunda etapa sob a justificativa de que isso reduziria a violência e limitaria o golpismo do presidente.

Entre os eleitores de Lula, 76% querem um turno apenas. Já entre os de Bolsonaro, são 66%. No geral, 68% não querem segundo turno.

A pesquisa Ipespe, realizada em parceria com a Associação Brasileira de Pesquisadores Eleitorais, aponta que a vantagem de Lula sobre Bolsonaro oscilando dois pontos a favor do petista em uma semana, chegando a 45% a 35%. Ciro tem 7% e Tebet, 5%. Considerando que a margem de erro é de três pontos, o ex-governador está tecnicamente empatado com a senadora.

Lula mantém larga vantagem entre os dois maiores grupos sociais: as mulheres, 53 % da amostra da Ipespe (vence por 51% a 29%), e quem ganha até dois salários mínimos, 48% da amostra (53% a 28%).