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Madeleine Lacsko

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Violência bolsonarista pode ser contagiosa e ter efeito generalizado

Colunista do UOL

13/09/2022 05h54

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Na Live UOL de hoje (12), falei sobre a reunião de aliados do PL —que terminou em confusão generalizada e clima de vale-tudo— na cidade de Soledade, na Paraíba.

Um vídeo, publicado nas redes sociais, mostra o momento em que participantes do encontro se desentendem e são apartados. Um deles chegou a dizer "ele está querendo puxar a arma" enquanto o candidato a deputado federal Policial Caio (PL-PB) passa a mão na altura da cintura.

Apesar de, oficialmente, a reunião se tratar de "um encontro de conservadores e aliados de Bolsonaro, com o objetivo de debater assuntos relativos ao desenvolvimento econômico da região", o que pudemos ver foram "líderes" da nossa sociedade, vestidos com as cores da Pátria, ameaçando puxar a arma um para o outro.

No mesmo fim de semana, outros incidentes envolvendo armas e ameaças foram registrados, em diferentes eventos, entre bolsonaristas e o candidato à Presidência, Ciro Gomes (PDT); o candidato ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT); e o candidato a deputado federal, Guilherme Boulos (PSOL-SP).

O aumento de casos como esse mostra que a violência bolsonarista, com o sentimento de vingança que ela provoca, pode ser contagiosa, com o risco de provocar um efeito generalizado envolvendo todos os lados. No campo da violência verbal já se alimenta a ideia de que combater a violência é devolver na mesma moeda, teoria que justifica o janonismo e o cinismo ao falar que as divergências passadas com Marina Silva foram programáticas.

Geralmente, as tendências sociais no campo da violência verbal tendem a se transportar para a violência física. No campo bolsonarista, isso já acontece. Algo precisa ser feito para que o sentimento de vingança não domine quem virou alvo.

Na Live UOL de hoje, falamos também sobre o apoio da ex-ministra Marina Silva (Rede) ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); e sobre o empresário bolsonarista que humilhou e negou marmita a uma eleitora de Lula.

Ao lado de Felipe Moura Brasil, debato os principais assuntos do país diariamente, das 17h às 18h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.