Topo

Madeleine Lacsko

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Doria teve o tapete puxado no PSDB, mas também esfacelou o partido

Colunista do UOL

19/10/2022 19h21

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Na Live UOL desta quarta-feira (19), falei sobre o ex-governador de São Paulo João Doria, que anunciou sua desfiliação do PSDB, após 22 anos no partido.

Em publicação nas redes sociais, o ex-tucano disse ter "cumprido sua missão" na política. "Encerro minha trajetória partidária de cabeça erguida", declarou.

"Com minha missão cumprida, deixo meu agradecimento e o firme desejo de que o PSDB tenha um olhar atento ao seu grandioso passado em busca de inspiração para o futuro", escreveu Doria.

Em maio deste ano, ele desistiu de se candidatar Presidência da República. Apesar de ter vencido as prévias tucanas contra o ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), a cúpula da legenda decidiu que apoiaria Simone Tebet (MDB) no primeiro turno das eleições, com a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) como candidata a vice.

Sem ter declarado apoio a nenhum dos dois candidatos no segundo turno, Doria chegou a fazer campanha, em 2018, para Jair Bolsonaro (PL), com quem se desentendeu durante a pandemia da covid-19.

"Enquanto alguns atores da política se omitiam durante a mais grave pandemia dos últimos cem anos, lutei desde o início para que nosso povo tivesse acesso a uma vacina contra a covid-19. Atuei, acima de tudo, pela defesa da vida e da saúde dos brasileiros. Jamais cedi ao negacionismo ou a falsidades que contrariam a ciência. Tenho muito orgulho do sucesso liderado por São Paulo que ajudou a salvar 124 milhões de vidas no Brasil, que tomaram a vacina do Butantan", escreveu o ex-governador em seu anúncio de desfiliação.

Apesar de ter sido traído e vítima de um jogo sujo, por alas do PSDB, Doria também esfacelou o partido para conseguir chegar onde queria.

Com mente empresarial, chegou a afirmar que não era político, mas gestor e mostrou que não estava mentindo. Tentando bater metas, como no mundo empresarial, conseguiu implodir o diretório paulista e rachar o PSDB inteiro, sem ter tido sucesso em sua tentativa de reunificação —algo que poderia funcionar entre executivos e CEOs de uma empresa, mas não no mundo da política.

Na Live UOL, falamos também a instrumentalização da religião por parte dos dois candidatos à Presidência.

Ao lado de Felipe Moura Brasil, debato os principais assuntos do país diariamente, das 17h às 18h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.