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Madeleine Lacsko

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Em governo Lula, milícia agora é algo do bem e do amor

Colunista do UOL

07/01/2023 11h25

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Na Live UOL, desta quinta-feira (5), falei sobre a ministra do Turismo, Daniela Carneiro (União Brasil), que em meio ao desgaste pela acusação de ligação com um miliciano, compareceu à posse da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), em Brasília.

Abordada por jornalistas ao final da cerimônia, Daniela do Waguinho —como é conhecida— não quis comentar o suposto elo com o ex-policial militar, Juracy Alves Prudêncio, o Jura, condenado por homicídio e apontado como chefe de uma milícia na Baixada Fluminense.

A ministra afirmou que seu posicionamento já havia sido emitido através de uma nota à imprensa, na qual declarou que "apoio político não significa que ela compactue com qualquer apoiador que porventura tenha cometido algum ato ilícito". Daniela Carneiro disse que compete à Justiça julgar quem comete possíveis crimes.

O caso da nova ministra mostra que, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), passamos a ter a milícia do bem, o ódio do bem, a homofobia e a misoginia do bem. As mesmas práticas do governo anterior, mas com a diferença de que, agora, tudo é do amor e vem para salvar a democracia.

Ao minimizar um caso grave como este, o novo governo talvez queira mostrar que o miliciano deles não é tão miliciano assim. Uma desculpa já aceita pelos mesmos luloafetivos que, até ontem, pediam a saída do ex-presidente pelo suposto envolvimento dele a da família Bolsonaro com a milícia "do mal".

Com Felipe Moura Brasil, debato os principais assuntos do país diariamente, das 16h às 17h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.