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Madeleine Lacsko

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Discurso de Lira sobre punições é tentativa de se safar

Colunista do UOL

16/01/2023 19h26

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Na Live UOL, desta segunda-feira (16), falei sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que afirmou que seu "CPF é diferente do CPF do ex-presidente Jair Bolsonaro" (PL) e que "cada um responde pelo que faz".

A declaração foi feita em resposta a uma pergunta sobre a inclusão de Bolsonaro no inquérito sobre a autoria dos atos golpistas que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília, em 8 de janeiro.

O STF (Supremo Tribunal Federal) acatou o pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), que vê o ex-presidente como suspeito de incitação ao crime após ter postado um vídeo questionando as eleições, dias depois dos ataques terroristas. Três horas depois, ele deletou a publicação.

"Acho que cada um responde pelo que faz. Meu CPF é um, o CPF do [ex] presidente Bolsonaro é outro. Nós temos que ter calma nesse momento e investigar todos os aspectos. E a nossa fala não muda: todos que praticaram e contribuíram para esses atos de vandalismo devem ser severamente punidos", disse o presidente da Câmara —aliado de Bolsonaro e presente no palanque do ex-presidente durante toda a campanha eleitoral.

Com o discurso, além de tentar se safar, Arthur Lira provoca também mais corrosão na confiança dos brasileiros nas pessoas que ocupam cargos de poder nas instituições.

Mais do que dizer que todos serão punidos —o que, sabemos, não é verdade— deveria haver um empenho real para que isso realmente acontecesse.

A declaração do presidente da Câmara também deixa uma pergunta no ar: Arthur Lira é a favor de sua própria punição?

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