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Madeleine Lacsko

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Descaso com yanomamis esquenta a cadeira de Bolsonaro em Haia

Colunista do UOL

23/01/2023 18h03

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Na Live UOL, desta segunda-feira (23), falei sobre a imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que piorou ainda mais após a divulgação das condições precárias encontradas no Território Indígena Yanomami, em Roraima.

Crianças e idosos da região estão em estado grave de saúde, com desnutrição, malária e infecções respiratórias. Um cenário que motivou a decisão do Ministério da Saúde de decretar estado de emergência para combater a falta de assistência sanitária no território.

Em viagem ao local, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a gestão de Bolsonaro com os povos indígenas: "Se ao invés de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui, quem sabe esse povo não tivesse abandonado como está".

Dos Estados Unidos, o ex-presidente respondeu às críticas e as classificou como uma "farsa da esquerda". "Os cuidados com a saúde indígena são uma das prioridades do governo federal", afirmou, em mensagem replicada de uma publicação do Ministério da Saúde feita em dezembro de 2022, durante o seu governo.

O ex-presidente pode tentar dar a explicação que quiser, mas não há nada que justifique a situação encontrada entre os indígenas. As imagens falam por si. Não há explicação possível para elas.

Muito mais complexa do que o debate simplificado na dualidade emburrecedora de garimpeiros contra yanomamis, a nova mentirada internacional de Bolsonaro já corre o mundo.

Envolvendo o risco de eliminação de um povo específico, o descaso do ex-presidente com a etnia talvez já comece a esquentar sua cadeira de réu no Tribunal de Haia.

Com Felipe Moura Brasil, debato os principais assuntos do país diariamente, das 16h às 17h, com transmissão ao vivo nos perfis do UOL no YouTube, no Facebook e no Twitter.