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Madeleine Lacsko

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Já podemos chamar Bolsonaro de genocida

Colunista do UOL

25/01/2023 18h57

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Na Live UOL, desta quarta-feira (25), falei sobre a investigação aberta pela PF (Polícia Federal) para apurar possíveis crimes de omissão e genocídio relacionados à crise humanitária que vive a população yanomami, em Roraima.

O pedido de inquérito foi feito pelo ministro da Justiça, Flávio Dino. Entre os focos da investigação, o órgão vai apurar se houve omissão de agentes públicos e atuação de financiadores e facilitadores do garimpo ilegal na região.

Em nota, a PF disse que irá "apurar os crimes de genocídio, omissão de socorro, crimes ambientais, além de outros crimes conexos em Terras Indígenas Yanomami". Outros possíveis crimes podem ser identificados pelos investigadores ao longo das apurações.

A situação encontrada entre os indígenas parece ter sido pensada sob medida, já que todos os alertas dados sobre o que estava acontecendo foram solenemente ignorados pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).

Muito se chamou o ex-presidente de genocida —uma modinha de rede social durante a pandemia— mas agora estamos diante de algo sério, que está na lei não apenas brasileira, mas também na internacional: a eliminação de uma etnia ou cultura.

Com o descaso deliberado, agora sim, Bolsonaro reúne elementos práticos para ser chamado de genocida.

Sem embate político ou adversários, o caso é cristalino e com o apoio internacional que deve ter, tende a andar muito mais rápido do que os casos eleitorais envolvendo o ex-presidente.

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