Topo

Mauricio Stycer

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Band: "Fique em silêncio, trabalhe e ouça a ciência, ministro Queiroga"

O apresentador Rodolfo Schneider, do Jornal da Band, critica o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga - Reprodução
O apresentador Rodolfo Schneider, do Jornal da Band, critica o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga Imagem: Reprodução

Colunista do UOL

16/09/2021 20h46

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

A decisão do Ministério da Saúde de suspender a vacinação de adolescentes contra covid-19 conseguiu o feito de unir os telejornais das principais emissoras do país contra Marcelo Queiroga. A cobertura da entrevista em que o ministro fez ressalvas à vacinação ganhou tom crítico mesmo de emissoras simpáticas ao governo, como Record e SBT.

O tom mais duro foi dado por Rodolfo Schneider no "Jornal da Band". O apresentador afirmou que Queiroga transmitiu informação "mentirosa" sobre a OMS, lamentou que ele fez "um alarde completo, de maneira equivocada e irresponsável". E recomendou: "Fique em silêncio, trabalhe, ouça os técnicos, ouça a ciência, ministro Queiroga, antes que não reste mais nada da sua biografia. O senhor caminha a passos largos para ficar de mãos dadas com o ex-ministro Pazuello".

O caso mereceu grande cobertura do "Jornal da Record", em tom crítico. O telejornal mostrou a decepção de pais com a nova orientação, observou que ela contraria uma nota técnica do próprio ministério, apresentou a real dimensão das reações adversas (0,04% dos vacinados) e deu voz a técnicos e políticos, como o governador Joao Dória, de São Paulo, que criticaram a medida. Por fim, lembrou que ainda não é possível estabelecer uma relação entre a morte de um adolescente e a vacina.

O tom foi semelhante no "Jornal Nacional". O telejornal tratou o caso como um "recuo". Mostrou que a nova decisão se choca com orientações da OMS, da Anvisa e do próprio ministério da Saúde. Disse que o ministro "tentou explicar" a decisão apelando a "uma porcentagem ínfima" de casos adversos e a uma morte cuja causa ainda não foi estabelecida.

No "SBT Brasil", a decisão anunciada por Queiroga "gerou apreensão em pais". O telejornal lembrou que não foi estabelecida relação entre a vacina e a morte. Um especialista classificou como "um erro" o recuo do Ministério da Saúde. O telejornal ainda observou que a Anvisa mantém a aprovação do uso da vacina da Pfizer para adolescentes e a que a OMS recomenda a vacinação para este grupo etário.