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Mauricio Stycer

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Filiação de Moro ao Podemos não ganha maior destaque na Globo nem na Record

O ex-ministro Sergio Moro durante discurso no ato de filiação ao Podemos, em Brasília                              - Reprodução/YouTube
O ex-ministro Sergio Moro durante discurso no ato de filiação ao Podemos, em Brasília Imagem: Reprodução/YouTube

Colunista do UOL

10/11/2021 21h29Atualizada em 10/11/2021 21h56

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A filiação do ex-ministro Sergio Moro ao Podemos e sua possível indicação como candidato à Presidência não empolgou os principais telejornais da TV aberta. A notícia desta quarta-feira (10) não mereceu grande destaque e ocupou pouco tempo na Globo, Record, SBT e Band.

Na escalada do "Jornal Nacional", a "entrada de Moro na política eleitoral" foi a quinta notícia do dia, atrás de informações sobre o aumento da inflação, problemas com o Enem, "orçamento secreto" e PEC dos precatórios. O telejornal dedicou 2 minutos e 44 segundos ao assunto. "Moro disse que a filiação não é um projeto pessoal, mas que o nome dele estará sempre à disposição, o que foi entendido como uma possível candidatura à Presidência", analisou Renata Vasconcellos.

No "Jornal da Record", Moro foi o segundo destaque do dia, atrás da notícia de que o presidente Jair Bolsonaro confirmou a sua filiação ao PL. "Moro ainda não confirma oficialmente a candidatura à presidência da República, mas se coloca como um representante da 'terceira via' na corrida ao Planalto", disse Christina Lemos. O repórter Thiago Nolasco informou que o ex-ministro teve aulas para "falar melhor em público". A matéria teve duração de 2 minutos e não reproduziu o trecho do discurso do ex-juiz em que ele disse "chega de mensalão, chega de rachadinha".

No "Jornal da Band", a notícia sobre Moro foi a terceira mais importante da noite, atrás de PEC dos precatórios e "orçamento secreto". "O ex-ministro Sergio Moro se filiou ao Podemos e foi anunciado no evento como futuro presidente da República", disse Eduardo Oinegue. O telejornal, que dedicou um minuto e meio ao assunto, foi o único a lembrar que "neste ano, o Supremo considerou Moro parcial em processos em que atuou pela Lava Jato e condenou o ex-presidente Lula". O telejornal também foi o único a emendar Moro com a decisão do TCU de cobrar a devolução de valores gastos com diárias e passagens a procuradores da Lava Jato.

Já o "SBT Brasil" informou que Moro "pode ser um dos nomes na disputa presidencial no ano que vem". Lembrou que o ex-ministro "pediu demissão após denunciar tentativa de interferência na PF". E registou que, em seu discurso, ele "lamentou que o combate à corrupção tenha perdido força". O telejornal resumiu a notícia em um minuto e 20 segundos.

TV por assinatura

O discurso de Moro na manhã desta quarta-feira foi transmitido ao vivo pelos canais CNN Brasil, JP News e BandNews. O UOL também exibiu a fala do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro. GloboNews e Record News optaram por seguir na programação normal e não deram maior destaque à notícia.

Há três semanas, o jornal O Globo promoveu um debate entre os três pré-candidatos do PSDB à Presidência. O evento com Arthur Virgílio, Eduardo Leite e João Doria mereceu grande divulgação nos veículos do grupo.