Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
JN evita discutir os erros ou causas da derrota e vê "tristeza" da seleção
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
O "Jornal Nacional" adotou um tom de frieza ao noticiar a eliminação da seleção brasileira da Copa do Mundo. O principal telejornal da Globo evitou tratar a derrota para a Croácia como um fiasco ou o resultado de falhas individuais - do treinador ou de alguns jogadores. A Globo adquiriu com exclusividade os direitos de transmissão da Copa no Qatar na TV aberta e na TV por assinatura.
Ainda que não tenha mostrado as perguntas feitas aos jogadores após o jogo, é possível entender, pelas respostas, que os atletas foram questionados mais sobre os seus sentimentos (de tristeza) do que sobre o que aconteceu durante o jogo.
O repórter Eric Faria observou que "o primeiro tempo não foi bom", registrou que a seleção "errava demais nas saídas de bola e criava pouco no ataque". Disse que no segundo tempo, o ataque da seleção melhorou, mas parou diante do goleiro croata. O gol adversário foi descrito assim: "A quatro minutos do fim, o Brasil perdeu uma bola no campo da Croácia e levou um contra-ataque que terminou no gol de Petkovic."
Não houve menção a desarrumação do time no momento do lance. Ao falar da disputa de pênaltis, também não foi feita nenhuma observação sobre a ordem dos batedores e a polêmica sobre Neymar não ter batido o primeiro ou o quarto pênalti.
Sem fazer cobranças ou críticas, o telejornal deixou para os jogadores mencionarem alguns do problemas. O zagueiro Thiago Silva foi ouvido dizendo: " A gente poderia estar um pouco melhor concentrado. A gente não está acostumado a tomar este tipo de contra-ataque. A gente está sempre muito bem desorganizado; a gente desorganizou um pouquinho".
Neymar deu depoimento sobre o clima no vestiário, mas nada falou sobre o que ocorreu em campo. Apenas disse que sempre é o quinto batedor de pênaltis, sem ter sido questionado sobre a situação específica que ocorreu nesta partida.
O mesmo ocorreu com Tite. O telejornal reproduziu as falas plácidas do treinador, sem nenhuma autocrítica ou comentário sobre as questões polêmicas ocorridas no jogo. Sobre a sua saída de campo, sem consolar os jogadores, o telejornal registrou a fala de Tite sem qualquer questionamento (o treinador disse que é seu estilo: nunca fica em campo, seja nas vitórias ou derrotas).
Galvão Bueno e Júnior fizeram algumas críticas ao time e ao treinador no depoimento gravado após o jogo. Mas era uma situação que valia a pena ter sido ao vivo, com perguntas de William Bonner e Renata Vasconcellos. A análise de Galvão em seu perfil no Instagram foi mais crítica do que a exibida no JN.
O JN deu a impressão de não querer melindrar a seleção, o técnico e os jogadores. Também enfatizou muito no noticiário que a Copa prossegue por mais nove dias. A emissora tem inúmeros interesses comerciais e deseja manter vivo o interesse do público, o que é natural.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.