Raquel Landim

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Governo ainda não definiu onde cortar despesa, e mercado acha pouco

O governo ainda não definiu de onde vai cortar os R$ 15 bilhões do Orçamento de 2024. Segundo apurou a coluna, a equipe do Ministério do Planejamento vai bater o martelo nesta sexta-feira (19).

O anúncio do detalhamento precisa ser feito na segunda-feira (22), quando será divulgado o relatório bimestral de receitas e despesas.

Foi feita uma "conta de chegada". O bloqueio de R$ 11,2 bilhões foi necessário por causa de aumento acima do previsto das despesas obrigatórias, como Previdência e pagamento do funcionalismo.

Já o contingenciamento de R$ 3,8 bilhões é resultado de receitas abaixo do previsto pela equipe econômica.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o corte de R$ 15 bilhões é necessário para cumprir a meta do arcabouço fiscal. O número foi apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Economistas ouvidos pela coluna, no entanto, afirmam que o valor é insuficiente. Na avaliação de dois analistas, o valor teria que ser próximo de R$ 30 bilhões.

Um terceiro economista explica que o governo mirou o teto da meta —ao invés do centro— e fez o mínimo possível para garantir o cumprimento do limite de despesas previsto no arcabouço fiscal.

O dólar fechou em alta de 1,9%, a R$ 5,558, após a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmar que atingir a meta de déficit zero em 2025 é uma "ginástica difícil".

Em entrevista à rede Record, Lula já havia dito que não é obrigado a cumprir a meta fiscal "se houver coisas mais importantes para fazer".

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Haddad disse que estava antecipando a divulgação do corte de R$ 15 bilhões para evitar especulações. Alguns analistas acreditam que o conservadorismo do número pode manter o mercado estressado amanhã.

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