Eleição para Prefeitura de SP opõe extrema direita bolsonarista e Tarcísio
A debandada de parlamentares da extrema direita bolsonarista para a candidatura de Pablo Marçal (PRTB) colocou esse grupo e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em lados opostos.
Com o armistício entre o vereador Carlos Bolsonaro e o candidato do PRTB, políticos fiéis ao ex-presidente Jair Bolsonaro se sentiram à vontade para embarcar de vez na campanha de Marçal.
É o caso do deputado Nikolas Ferreira (PL), que fez a mediação entre Carlos e Marçal, do senador Cleitinho (PL), e até do deputado Luciano Zucco (PL), que não apoia formalmente o candidato, mas fez um vídeo de solidariedade quando suas redes sociais foram bloqueadas.
Do outro lado está o governador Tarcísio de Freitas, que pretende ir até o fim no apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB). Aliados do governador dizem que o prefeito está alinhado com os projetos da gestão de Tarcísio e que trata-se de uma aliança programática.
Já fontes próximas aos bolsonaristas afirmam que Nunes não representa os "valores" da direita e sempre foi um "estranho no ninho". Eles afirmam que Tarcísio e o presidente do PL, Valdemar da Costa, são os grandes "padrinhos" de Nunes quando vetaram a candidatura do deputado Ricardo Salles (Novo).
Segundo apurou a coluna, a família Bolsonaro deve permanecer "com um pé em cada canoa". Não vai desafiar o poderio digital que Marçal já demonstrou, mas também não vai retirar o apoio formal à candidatura de Nunes.
O veto ao candidato do PRTB, no entanto, não existe mais. Bolsonaro, inclusive, liberou a presença de "todos os candidatos" no evento do Sete de Setembro, que vai se tornar um palco para políticos de direita.
Nunes ataca Marçal
Diante da subida de Marçal nas pesquisas e do desembarque dos políticos bolsonaristas, a campanha de Nunes mudou de estratégia.
No debate promovido pela TV Gazeta e pelo Mynews, o prefeito partiu para o ataque contra o candidato do PRTB e deve continuar com essa postura em outros confrontos e nas propagandas.
Fontes da campanha de Nunes dizem que trata-se de um "dever cívico" deter Marçal, depois de ter ficado claro sua suposta ligação à facção PCC (Primeiro Comando da Capital).
A percepção entre os assessores do prefeito é que Nunes não vai mais conseguir conquistar o eleitor de extrema direita no primeiro turno, que já está com Marçal, mas pode manter o eleitores de direita e de centro-direita que se preocupam com a falta de propostas do adversário e com seu envolvimento com o crime organizado.
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