Como as negociações de apoio de Marçal a Nunes para o 2° turno naufragaram
Ao contrário do que dizia o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em público e em conversas reservadas, seus assessores vinham conduzindo uma negociação sigilosa com Pablo Marçal em busca de apoio.
Segundo apurou a coluna, as conversas começaram a pedido de Filipe Sabará, um dos coordenadores de campanha de Marçal, como uma visita a Fabio Wajngarten em sua residência.
Nessa aproximação inicial, Sabará disse que Marçal poderia declarar apoio se houvesse um "mea culpa" do prefeito e um compromisso de adotar algumas propostas: disciplinas de inteligência emocional e educação financeira para as crianças, além das chamadas escolas olímpicas.
Wajngarten passou as demandas ao presidente do MDB, Baleia Rossi. Sabará então conversou por telefone com Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo. E um acordo foi apalavrado.
Nunes chegou a ensaiar um "mea culpa" quando disse que a campanha no primeiro turno teve muita agressividade, e a hora era de união contra a esquerda. Mas depois afirmou que não queria Marçal em seu palanque.
Esta colunista também noticiou, com base no que ouviu de aliados muito próximos do prefeito, que ele não desejava o respaldo de Marçal e que queria o ex-coach "bem longe" de dele.
O entorno de Nunes conta que foi surpreendido pelas declarações de Marçal de voto nulo no segundo turno e até de torcida dele pela vitória de Boulos.
Segundo apurou a coluna, não havia nenhum combinado para "mea culpa" de Tarcísio, de Silas Malafaia ou de Eduardo Bolsonaro. Os envolvidos na negociação se sentem traídos por Marçal e, especialmente, por Filipe Sabará.
Fontes próximas de Marçal dizem que ele mudou de ideia exatamente quando Nunes declarou publicamente que não queria Marçal em seu palanque.
Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente, já publicou posts na internet atacando Marçal e dizendo que a direita nunca defende voto na esquerda.
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