Moraes e Fux conversaram e riram em sala de lanches após julgarem Bolsonaro
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Os ministros Alexandre de Moraes e Luiz Fux conversaram e riram tranquilamente na sala privada de lanches do STF (Supremo Tribunal Federal) logo após a aceitação da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados por tentativa de golpe de Estado, contaram à coluna pessoas que presenciaram a cena.
A percepção dentro do Supremo é que não existe animosidade entre os dois, apesar de políticos e advogados tentarem explorar politicamente e juridicamente as divergências levantadas por Fux durante o julgamento.
Pessoas que frequentam o STF afirmam que Moraes e Fux são amigos, respeitam o dissenso e que, para trabalhar em colegiado, é preciso ter independência.
Fux já havia antecipado com o pedido de vistas no caso da cabeleira Débora Rodrigues Santos, que pichou a estátua da Justiça com batom, que estava incomodado com o tamanho da pena imposta a ela e que queria examinar com cuidado os crimes imputados e as atenuantes.
No tribunal, o ministro questionou se os crimes de golpe de Estado e atentado ao Estado democrático de Direito deveriam ambos ser aplicados nesse caso, aumentando a pena. Moraes e Dino condenaram Débora a 14 anos de prisão.
Fux quer saber, por exemplo, se Débora entrou nos prédios públicos ou não e avaliar se o fato de ela ter pedido perdão pode ser uma atenuante que leve à redução da pena.
Pessoas que frequentam o Supremo também afirmam que Moraes não está "bravo" com Fux, apenas preocupado com a repercussão das posições do colega.
Moraes expôs seu contraponto no tribunal. O ministro afirmou no julgamento que Débora estava no acampamento golpista em frente ao quartel, que cruzou a linha de defesa da Polícia Militar e que partiu para a quebradeira. É um caso, portanto, impossível de individualizar —o chamado "crime de multidão".
Mais de cem réus já foram condenados por ambos os crimes (golpe de Estado e atentado ao Estado democrático de Direito) na mesma situação, inclusive com o voto de Fux. Abrir um precedente agora, portanto, poderia significar rever todas as condenações.
No início dos julgamentos dos atos golpistas, o ministro Luís Roberto Barroso chegou a levantar esse ponto, dos crimes sobrepostos, mas acabou vencido.
Fux também questionou a delação de Mauro Cid, que "já mudou de versão nove vezes" e foi acompanhado em suas preocupações, pelo menos parcialmente, pela ministra Carmen Lúcia e pelo ministro Cristiano Zanin. Já Moraes e Flávio Dino defenderam a delação de Cid.
54 comentários
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Marcos Pacifico da Silva
O R.I.S.O. da nossa justiça, é a .d e s c a r g a. da minha *P.R.I.V.A.D.A*
Victor Saeta de Aguiar
Pelo menos Fux é juiz de carreira. Também pode errar como todos, mas tem credibilidade porque submeteu-se a concurso para galgar essa posição. O outro é um advogado mequetrefe que jamais seria ministro se houvesse concurso público para isso. Ele, Tóffoli e outros continuariam a ser advogados de políticos e de partidos políticos. Possivelmente ricos, mas simples advogados lacaios.
João Luís Nery
Riso da missao dada, missao cumprida. Logo farao fila para levar uns tapinhas na cara, igual o togado do PTSE