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Empresa cobra Brennand na Justiça por calote em ombrelone e capa de jacuzzi
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Investigado por uma série de crimes sexuais, o empresário Thiago Brennand é alvo também de um processo na Justiça paulista sob acusação de ter cometido um calote contra uma loja de móveis em Sorocaba, no interior paulista.
A empresa Casa & Comércio de Móveis disse à Justiça que, em janeiro do ano passado, Brennand comprou um ombrelone, um toldo articulado e uma capa de jacuzzi para a sua casa de campo em um condomínio de luxo na cidade de Porto Feliz (SP).
De acordo com a loja, ele pagou a primeira parcela, recebeu os móveis e "maliciosamente recusou-se a quitar o saldo". "Houve mais de uma dezena de tentativas de contato", reclamou à Justiça. A dívida hoje é calculada em cerca de R$ 32 mil, a ser acrescida ainda de juros e correção monetária.
Em petição enviada à Justiça no último dia 28 de outubro, a empresa disse que Brennand agiu de má-fé.
"A Casa & Comercio está literalmente a ver navios", afirmaram seus advogados à Justiça. "Para uma empresa honesta e honrada, mas de pequeno porte, trata-se de enorme prejuízo, geradora de reflexos profundos e, de certo modo, por que não dizer, quase irrecuperáveis."
Brennand foi citado, mas não apresentou defesa.
Instada pela Justiça a atuar em nome de Brennand como curadora especial, a Defensoria Pública disse que a loja não conseguiu demonstrar no processo "o negócio jurídico que motivou a emissão das duplicatas nem a assinatura do réu [Brennand]".
Mencionou o fato de que o negócio foi feito em nome de Thiago Antônio Fernandes Vieira e, não em nome de Thiago Antônio Brennand Tavares da Silva Fernandes Vieira. "Não há como exigir o pagamento do réu", disse a Defensoria Pública à Justiça.
A defesa da loja disse que a argumentação é um "escárnio". "É público e notório que Thiago Antônio Fernandes Vieira e Thiago Antônio Brennand Tavares da Silva Fernandes Vieira são a mesma pessoa."
O processo ainda não foi julgado.
Thiago mudou seu nome em 2000, incluindo o sobrenome da mãe, Brennand Tavares da Silva, que remete a duas personalidades célebres de Pernambuco: o empresário Ricardo Brennand (1927-2020), colecionador de arte e de armas, seu tio-avô, e o artista plástico Francisco Brennand (1927-2019), primo de Ricardo.
Thiago Brennand já foi denunciado quatro vezes pelo Ministério Público por acusações de estupro, cárcere privado, tortura e agressão, entre outros crimes.
Preso em 13 de outubro nos Emirados Árabes, pagou fiança e foi solto. Está hospedado em um hotel de luxo em Abu Dhabi, com diárias que podem chegar a R$ 22 mil, aguardando o processo de extradição para o Brasil.
Em vídeo divulgado em suas redes sociais, Brennand disse ser vítima de perseguição e nega as acusações. Chama a advogada de algumas das vítimas de "babaca" e afirma que o procurador-geral de Justiça, Mário Sarrubo, é um "canalha".
"Não estou fugindo. Prisão ilegal? Quem vai se submeter a um Estado de exceção. Vocês mexeram com a pessoa errada. Vocês morrem de inveja. Branco, heterossexual inegociável. Armamentista, óbvio. Conservador, sempre."
Brennand viajou para os Emirados Árabes no dia 4 de setembro, horas antes de ser denunciado pelo Ministério Público pela primeira vez. Ele havia sido flagrado por câmeras de segurança agredindo a modelo Alliny Helena Gomes, no dia 3 de agosto, em uma academia localizada no shopping Iguatemi, em São Paulo.
À época, sua defesa alegou que ele retornaria ao Brasil no dia 18 de outubro. Argumentou também que os vídeos mostram que as agressões verbais foram iniciadas pela modelo.
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