Rogério Gentile

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MC Ryan é condenado por copiar em funks versos feitos por motoboy

O cantor Mc Ryan, um dos mais ouvidos do país, foi condenado pela Justiça paulista a pagar uma indenização de R$ 100 mil por copiar em seus funks, sem autorização, versos feitos por um motoboy.

Gabriel de Oliveira, que disse à Justiça fazer entregas para aplicativos de alimentação e atuar também como cantor independente sob o nome de MC Kroz, processou o funkeiro após descobrir que ele havia reproduzido versos de sua autoria em duas canções.

Os versos são:

  • "Comprei um carro que antes só via nos filmes, vi meus centavos escorrendo pelas vitrines", reproduzido na música "Milhões de Etapas"
  • "Me orgulho de tudo que vivi no passado. Não sou sortudo e sim abençoado", copiado na música "Um dia vai chegar"

Na ação, Gabriel disse que, ao saber do plágio, mandou uma mensagem via Instagram para Mc Ryan, que respondeu: "nenhum momento copiei, e sim me espirei [sic]. Desculpa algo errado, mas uso você muito de espiração [sic]".

Como retribuição, o funkeiro, que no ano passado foi o segundo músico mais ouvido no Spotify Brasil, teria prometido gravar uma música em parceria com Gabriel, mas, posteriormente, parou de responder às mensagens do motoboy.

O juiz Fabio D' Urso, ao condenar o funkeiro, disse que os prints das conversas não deixam dúvidas de que a reprodução dos versos ocorreu de forma intencional. Além da indenização de R$ 100 mil, o magistrado determinou que o crédito de Gabriel seja incluído em todas as plataformas nas quais as músicas são tocadas.

Foram condenados também a gravadora GR6 Eventos e o cantor Felippe Oliveira (MC PP da VS), parceiro de Ryan nas canções. Eles ainda podem recorrer.

Na defesa apresentada à Justiça, os músicos e a gravadora afirmam que as frases reproduzidas não são obras intelectuais protegidas pela legislação do direito autoral, pois carecem dos requisitos de "originalidade" e "criatividade".

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Segundo a defesa, a músicas, tanto as do autor do processo como as dos réus, correspondem a uma grande parte dos enredos produzidos por funks nos últimos anos, com frase e construções simples que retratam "as dificuldades dos moradores da periferia".

"Os versos citados são completamente comuns e utilizados nas mais diversas formas pelos MCs", declarou à Justiça. "Não há nada de original ou criativo." Segundo a defesa, não houve plágio.

Reportagem

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3 comentários

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Mike Camacho Martins Tosta

Tem milhões para ostentar em carros e casas mas não quiz pagar nada para o motoboy, falha de caráter,  além disso é um péssimo cantor que só faz shows e apresentações com playback

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Vinicius Klagenberg

Só não haveria plagio se ele não tivesse falado por mensagens que o fez

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Salim

Pior que tem gravadora que acha que isto é musica e tem empresas que gastam fortunas com estas porcarias, fora os seguidores destes incultos que enchendo bolso destes nas redes sociais.

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