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Rogério Gentile

REPORTAGEM

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Idosa suspeita de ato golpista tem processos por dívidas de R$ 7 milhões

09.01.2023 - Salão Nobre, no Palácio do Planalto, foi destruído após invasão - Gabriela Biló/Folhapress
09.01.2023 - Salão Nobre, no Palácio do Planalto, foi destruído após invasão Imagem: Gabriela Biló/Folhapress

Colunista do UOL

23/01/2023 10h33

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Suspeita de ser uma das financiadoras dos atos golpistas de Brasília, a empresária Rosângela de Macedo Souza é alvo de pelo menos três processos de cobrança na Justiça de São Paulo por dívidas que superam os R$ 7 milhões.

Rosângela, de 65 anos, é moradora de Votuporanga, no interior paulista, e é citada na ação em que a Advocacia Geral da União obteve na Justiça o bloqueio dos bens dos supostos financiadores dos atos do dia 8 de janeiro.

Em um dos processos de cobrança, um credor relata que, em março de 2020, vendeu um terreno de 276 metros quadrados em um condomínio de São José do Rio Preto para Rosângela por R$ 150 mil.

De acordo com a acusação, a empresária deu R$ 5 mil de entrada e, após o prazo combinado, assinou um cheque de R$ 145 mil para liquidar a dívida.

Ao tentar depositar o cheque, no entanto, o credor descobriu que a empresária havia sustado o pagamento após ter recebido o termo de quitação da compra do terreno.

Na defesa apresentada à Justiça, Rosângela afirmou que, "em que pese o referido cheque haver sido devolvido", o vendedor do terreno "deu quitação do contrato", afirmou. Segundo a empresária, ele "não fez qualquer ressalva no recibo emitido" e agora não pode "de maneira espúria" tentar se "locupretar".

O vendedor disse à Justiça que sofreu um verdadeiro golpe e que a alegação "descarada" da empresária chega a ser "cômica". "Cheque sustado não é pagamento."

A Justiça não aceitou a argumentação da empresária e determinou a penhora de 100% de um imóvel de sua propriedade. Ela recorreu, mas ainda não houve decisão na segunda instância.

Em outros dois processos, Rosângela é cobrada por dívidas de uma empresa da qual seria sócia, a Vigor Agro Ltda, que comercializa insumos agrícolas

A Lonping High-Tech cobra R$ 2, 2 milhões (valores atualizados) em sementes de milho que teriam sido compradas em 2019 pela Vigor Agro, mas que não foram pagas. Rosângela, que foi uma das fiadoras do contrato, e a Vigor Agro não apresentaram defesa no processo.

A Justiça já expediu ordem de pagamento.

No terceiro processo, a Albaugh Agro Brasil cobra cerca de R$ 5 milhões da Vigor Agro por transações que não teria sido pagas. O processo ainda não foi concluído, mas há decisões contrárias aos sócios de Rosângela. A empresária ainda não apresentou defesa.

A coluna procurou Rosângela por meio de seu advogado, mas não obteve resposta.