Rogério Gentile

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Justiça nega pedido de Da Cunha para excluir vídeo de agressão à namorada

A Justiça paulista rejeitou um pedido feito pelo deputado Carlos Alberto da Cunha (PP-SP) de excluir do processo criminal um vídeo no qual ele ofende e ameaça matar Betina Grusiecki Marques, sua então companheira.

No vídeo, gravado de um celular que estava em uma bolsa, o deputado diz, durante uma discussão: "pode parar, senão vou te matar aqui" e "sai, sua vaca, vou encher tua cara de tiro". Momentos depois, afirma: "Desmaia aí, a tua conta já deu".

Betina declarou à polícia que Da Cunha bateu a cabeça dela na parede e tentou sufocá-la. Após as agressões, de acordo com seu relato, ainda quebrou seus óculos e jogou água sanitária sobre suas roupas e sapatos.

O episódio ocorreu em 14 de outubro do ano passado na cidade de Santos, no litoral de São Paulo. O deputado, que é delegado e tornou-se conhecido por postar vídeos na internet sobre operações policiais, foi denunciado pelo Ministério Público.

Um vídeo com as agressões foi exibido no mês passado pelo programa Fantástico, da Globo.

Alegando tratar-se de uma prova ilegal, pois colhida sem autorização judicial, o deputado pediu que o vídeo fosse excluído do processo.

A Justiça rejeitou o requerimento com a declaração de que uma gravação é um "relevante mecanismo de defesa de uma vítima, em especial nos casos de violência doméstica, nos quais muitas vezes a mulher suporta sozinha o peso da violência praticada no interior do lar, longe dos olhos de terceiros".

Uma perícia poderá ser realizada caso Da Cunha alegue que a gravação anexada ao processo tenha sido editada previamente.

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O deputado afirmou à polícia que não agrediu Betina, alegando ter apenas se defendido. Disse que ela o teria provocado verbalmente e o empurrado com força.

Citando ser Betina "lutadora profissional de muay thai e fisiculturista", Da Cunha afirmou que, para se defender, "esticou o braço na altura do pescoço, sem apertá-lo". Nesse momento, disse, a mulher o teria atingido com um secador de cabelos, machucando seu supercílio esquerdo. De acordo com seu relato, na sequência, eles teriam sido apartados pelos filhos dele, menores de idade.

Betina disse à polícia que jogou o secador no deputado para se defender.

O processo ainda não tem data para ser julgado.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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