Justiça condena Band após Datena noticiar morte de mulher que não morreu
A Justiça paulista condenou a Rede Bendeirantes a pagar uma indenização de R$ 10 mil a uma mulher que foi alvo de uma reportagem do programa Brasil Urgente, apresentado à época por José Luiz Datena.
Em maio do ano passado, um psicólogo de 43 anos matou a namorada de 19 anos em Araçatuba, no interior paulista, e, logo depois, fez uma transmissão em sua rede social mostrando o que havia feito _ele acabou sendo morto em confronto com a polícia.
Fotografia errada durante reportagem
Ao noticiar o crime, o programa do Datena exibiu a imagem de uma mulher como se fosse a vítima. Mas a fotografia era de outra pessoa, que não tinha relação alguma com o episódio.
Candidato a prefeito de São Pauilo pelo PSDB, Datena está atualmente afastado do programa.
No processo aberto contra a emissora, a mulher chamou o erro de "esdrúxulo" e contou que amigos e familiares ficaram desesperados por conta da notícia. Sua mãe passou mal e acabou tendo de ser atendida em um pronto-socorro.
A juíza Irís dos Santos Salvador afirmou na sentença que a emissora foi "absolutamente negligente" ao divulgar a imagem da mulher "sem checar a veracidade da informação".
Ela determinou o pagamento de uma indenização de R$ 10 mil, valor que ainda será acrescido de juros e correção monetária. A mulher pedia R$ 100 mil por danos morais.
Band alega confusão e nenhum intuito de prejudicar vítima
A Band ainda pode recorrer da condenação. Na defesa apresentada a Justiça, a emissora afirmou que houve uma confusão entre a imagem da vítima real e a da autora do processo, mas destacou que não citou seu nome na reportagem assim como nenhum outro dado pessoal.
Disse que não teve o intuito de prejudicar a mulher e que seu objetivo era apenas o de noticiar um fato relevante e de interesse público, tendo sido a reportagem baseada em informações prestadas pela polícia.
Argumentou também que a mulher não demonstrou no processo ter sofrido repercussão negativa em sua vida em razão da divulgação da reportagem.
"A autora [do processo] não ganhou fama, seja ela boa ou ruim, com a transmissão do programa, não teve seu princípio da inocência violado, e muito menos foi procurada por criminosos, polícia ou jornalistas", declarou à Justiça.
A Band citou ainda que outro canal de TV também cometeu o mesmo erro, o que seria "uma prova de informação confusa relatada pela Polícia Civil."
Reportagem
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