Apesar de Moro, Bolsonaro estuda criar neste ano o Ministério da Segurança
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O presidente Jair Bolsonaro admitiu, para auxiliares, que não desistiu do Ministério da Segurança definitivamente. E que pode criá-lo ainda em 2020.
O atual ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sergio Moro, é contra o desmembramento de sua pasta. Chegou a mandar recados ao Palácio do Planalto que poderia pedir demissão se seu poder fosse esvaziado pelo presidente.
Na última quinta-feira, dia 23, em reunião com secretários estaduais de Segurança, o presidente anunciou que estava estudando a criação da pasta.
Diante da reação do ministro, no dia seguinte o presidente voltou atrás e declarou que era "zero" a chance de criar a pasta. Mas deixou no ar: "Não sei amanhã, política tudo muda. Não há essa intenção de dividir."
A quem pergunta se isto quer dizer que Bolsonaro pensa em voltar à carga contra seu ministro da Justiça, interlocutores do presidente explicam que não, não há interesse em manter um clima ruim com o ex-juiz da Lava Jato.
O presidente da República sabe dos índices de popularidade de seu auxiliar e dos riscos para sua candidatura à reeleição, no caso de um rompimento entre os dois. Um risco ainda maior se Sergio Moro sair candidato à Presidência em 2022.
Mas isso também não quer dizer que Bolsonaro tenha desistido da pasta da Segurança. A decisão simplesmente foi adiada.
No dia 1º de novembro o ministro Celso Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), completa 75 anos e terá que se aposentar. E Sergio Moro é o primeiro nome da fila para a vaga.
Em conversa com seu ministro antes da viagem à Índia, Bolsonaro reafirmou o compromisso de indicar o ex-juiz da Lava Jato para o STF. Tanto pode ser já na vaga de Celso de Mello, como no lugar de Marco Aurélio Mello, o ministro que completa 75 anos em julho de 2021.
Caberá a Moro decidir se prefere assumir neste ano ou adiar para 2021 sua posse no Supremo.
No Planalto, a aposta é que Moro vai preferir assegurar a toga de ministro do STF o mais cedo possível.
Sua posse na Corte neste ano é vista pelos integrantes da Lava Jato liderados pelo ex-juiz como extremamente importante. O grupo tem sido derrotado nas últimas decisões do STF pelos ministros garantistas, como Celso de Mello. Com Moro tomando o lugar do decano, a balança fica mais equilibrada.
Além do mais, há sempre o risco de o presidente voltar atrás na indicação em 2021, ou de os dois voltarem a se desentender.
Por tudo isso, tanto o Planalto como os aliados de Sergio Moro torcem que ele assuma em novembro no STF. Satisfaz aos lavajatistas e abre espaço para o presidente criar a pasta da Segurança Pública.
Quanto à possível candidatura presidencial de Sergio Moro, ele ainda se julga novo, com tempo para esperar por 2026.
E quem disse que um ministro do STF não pode se desincompatibilizar para concorrer?
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