CPMI das Fake News corre risco de não concluir investigações, diz relatora
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
A deputada Lídice da Mata (PSB-BA) é a relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito em que deputados e senadores investigam a existência de grupos organizados para produção e difusão de fake news nas redes socias.
Em entrevista ao UOL nesta terça-feira, no Cafezinho da Câmara, Lídice da Mata revelou estar extremamente preocupada com o futuro da colegiado e suas investigações.
O prazo de funcionamento da comissão expira no próximo dia 13 de abril. Segundo a deputada, se não houver adiamento, não haverá tempo hábil para concluir as investigações.
"O relatório terá que ser meramente recomendativo, com propostas de legislação. Mas vai avançar pouco a respeito dos disparos em massa de fake news", prevê a relatora.
Lídice também está preocupada com o incentivo que o presidente Jair Bolsonaro vem dando a seus aliados para agredir jornalistas.
A relatora da CPMI ficou particularmente escandalizada com os insultos de Bolsonaro de caráter sexual contra a jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo.
Segundo Lídice, Bolsonaro usa "uma linguagem simbólica extremamente perversa e estimulante do desrespeito".
O presidente declarou em tom jocoso, para uma claque de bolsonaristas: "Ela queria um furo. Ela queria dar um furo [risos] a qualquer preço contra mim"
A deputada diz que está sofrendo pressões e agressões nas redes sociais, especialmente desde que apresentou queixa-crime ao Ministério Público contra Hans River, um ex-funcionário da empresa Yacows, especializada em disparos em massa de mensagens de Whatsapp.
Em depoimento à CPMI, River insinuou, sem apresentar qualquer evidência, que a repórter teria tentado seduzi-lo para obter informações e forjar publicações. Acabou desmascarado. Mas os bolsonaristas, incentivados pelo presidente e seus filhos, continuam dando asas à narrativa.
Para conseguir adiar a CPMI é necessário o apoio formal de 1/3 dos 513 deputados e dos 81 senadores. Lídice diz que não há até agora nenhum líder ajudando a colher assinaturas.
Há grupos que não querem a CPMI apenas porque querem continuar produzindo e distribuindo fake news. Mas há também aqueles que temem ser atingidos pelos levantamentos de sigilo que venham a ocorrer nas investigações. E até os que temem que uma CPMI desse tipo acabe limitando a liberdade de expressão nas redes sociais.
Tudo junto e misturado, o risco é grande de a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito não dar em nada.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.