Temer aconselhou Bolsonaro a afastar Weintraub e evitar falas polêmicas
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A nova versão "Jairzinho Paz e Amor" do presidente Jair Bolsonaro tem padrinhos. São conselheiros procurados pelo próprio presidente para tentar sair do labirinto político criado pela versão "Jairzão Valentão" que alimentou até agora o bolsonarismo.
Um dos seus principais conselheiros nas últimas semanas tem sido o ex-presidente Michel Temer. Bolsonaro enviou interlocutores ao emedebista para reabrir canais de diálogo.
Falaram-se por telefone no domingo retrasado, no meio da semana passada e no último domingo.
De um jeito bem Bolsonaro de ser, o presidente foi direto ao ponto. "Gostaria que desse umas ideias para diminuir as zonas de atrito da atual crise política e jurídica que o meu governo vem enfrentando", disse.
Temer, conhecido como um político que evita atritos, já vinha defendendo a unidade dos mais diversos setores para o enfrentamento da Covid-19. E foi exatamente por aí que começaram suas sugestões.
A primeira tentar acabar com as animosidades do Executivo com o Legislativo e o Judiciário..
No caso da Justiça, a paz só seria possível com a demissão do então ministro da Educação, Abraham Weintraub. Segundo o ex-presidente da República a exibição da fita em que Weintraub defendeu a prisão dos ministros do Supremo Tribuna Federal tornou sua permanência inaceitável.
Bem, Weintraub foi demitido.
No caso do Legislativo, Temer elogiou a aproximação com o centrão. Disse que todo presidente precisa de maioria no Congresso para governar. Mas recomendou também pôr fim às hostilidades ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O resultado é que nesta semana, em solenidade no Planalto com a presença de Maia, e dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e do STF, Dias Toffoli, Bolsonaro declarou que "o entendimento" entre os chefes de poderes aponta para "dias melhores" para o país.
Temer também tem falado de forma direta para o presidente. Disse que as declarações polêmicas na porta do Alvorada para grupos de militantes bolsonaristas, assistidas pela imprensa e que se tornaram um hbito no governo Bolsonaro´, também alimentavam a crise. O ex-presidente sugeriu que Bolsonaro evite entrevistas de improviso.
Também foi seguido pelo presidente, que desde então tem falado menos na entrada do Alvorada.
Os ex-presidentes têm uma virtude, que é a experiência, conhecem a liturgia do cargo, sabem o peso das declarações do mandatário da República.
A princípio, Bolsonaro parece estar seguindo o novo modelo.
Mas ainda não se ajustou ao figurino. Dá sinais de que está desconfortável em se conter. Resta ver se vai mesmo respirar novos ares, ou se isto é apenas uma fasezinha, tipo uma gripezinha passageira por conta da crise em que se meteu.
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