'Não consigo entender aliança do PT com Bolsonaro', diz líder do MDB
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O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), disse ao UOL que foi surpreendido pela decisão da bancada do PT de apoiar a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) a presidente da Casa.
Braga também é pré-candidato ao comando do Senado e falou ao UOL sem ter conseguido ainda conversar com os petistas sobre o assunto.
"Procurei os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Humberto Costa (PT-PE), mas ainda não tive retorno. Confesso que não consigo entender uma aliança do PT com o Bolsonaro aqui no Senado.
O emedebista se refere ao fato de Rodrigo Pacheco já ter recebido manifestações de simpatia do Palácio do Planalto.
Na sexta-feira, a pedido da bancada do MDB, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), esteve com o presidente da República e pediu que ele não fechasse apoio ao candidato do DEM enquanto o MDB não definisse uma posição.
Bolsonaro respondeu ao líder que tinha assumido com o atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o compromisso de apoiar Pacheco. Mas, diante da insistência do líder, disse que voltaria a "pensar no assunto".
"Não sei se o Bolsonaro vai mudar de posição. Mas hoje ele apoia o Rodrigo Pacheco. E também não sei se o PT vai voltar atrás, mas hoje eles manifestaram apoio ao candidato do Bolsonaro. Ou seja, o PT fez uma opção política que eu não consigo explicar. Até porque nós tínhamos oferecido as mesmas posições que o Rodrigo Pacheco ofereceu. Então eles escolheram apoiar o Bolsonaro. Não entendo", disse Braga.
O líder diz que o MDB continuará insistindo em lançar candidato próprio.
"Teremos candidato único do partido. Não sei se serei eu ou a senadora Simone Tebet (MS), mas temos o compromisso de um apoiar o outro. Vamos conversar e nos acertar na bancada", disse Braga.
Outros dois pré-candidatos do partido eram os líderes do governo no Senado, Fernando Bezerra (PE), e no Congresso, Eduardo Gomes (TO). Mas eles já teriam desistido.
Eduardo Braga acha que dá para vencer Rodrigo Pacheco, mesmo sem o apoio do PT: "Estamos conversando com o Podemos, o PSDB e os demais partidos. O MDB é a maior bancada e acho que dá vencermos. Vai ser uma disputa boa".
Sobre o PT, ele aposta que o partido terá dificuldades de explicar a aliança à opinião pública: "Imagina Jaques Wagner e ACM Neto juntos na Bahia, Humberto Costa e Mendonça Filho em Pernambuco? DEM e PT juntos e com o Bolsonaro. Não dá."
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