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Pressionada, Anvisa marca reunião e deve aprovar vacinas russa e indiana
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Sob intensa polêmica interna entre diretores e órgãos técnicos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) marcou para a próxima sexta-feira, 4, a 9ª Reunião Pública Extraordinária de sua diretoria. Na pauta, os "pedidos de autorização excepcional e temporária para importação e distribuição das vacinas Covaxin e Sputnik V".
Segundo técnicos a que a coluna teve acesso, três dos cinco diretores da agência estão decididos a aprovar os pedidos de autorização, mas pressionam a área técnica, especialmente a de Medicamentos, por um relatório menos restritivo.
As maiores restrições são em relação à vacina russa, a Sputnik V, que segundo os analistas não teria avançado no sentido de superar as restrições apresentadas anteriormente pela agência. A indiana Covaxin sofre menos restrições, mas também não atendeu a todos os critérios da área de Medicamentos.
Os diretores dispostos a votar a favor avaliam que os pedidos de autorização para importação e distribuição podem ser aceitos, em caráter excepcional e temporário, desde que sejam explicitadas algumas condições, que ainda estão em discussão.
A maior pressão pela aprovação do pedido de distribuição e comercialização da vacina Sputnik V parte do consórcio de governadores, a maioria de oposição ao governo.
O relator do pedido na reunião será o diretor Alex Machado Campos, que tende a dar parecer favorável, segundo avaliam funcionários. A diretora que deve votar contra, Cristiane Rose Jourdan Gomes, foi indicada para o cargo pelo senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ).
A negociação da vacina com estados, com o Ministério da Saúde e com entidades interessadas no produto pode chegar a US$ 300 milhões.
O presidente da Anvisa, almirante Barra Torres, tem sofrido pressões diretas. Ele foi alvo de notificação extrajudicial do escritório de advocacia Bottini & Tamasauskas, que já atuou em defesa do petista e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad.
No caso desta notificação contra Barra Torres, o escritório representa a "Vacina Humana", subsidiária do Fundo Soberano Russo para a venda ao Brasil de 150 milhões de doses da Sputnik V.
Barra Torres tem dito a funcionários da Anvisa que pensa em se declarar sob suspeição devido à ação do escritório de advocacia que os bolsonaristas classificam como petista. Caso ele se declare suspeito, a expectativa na Anvisa é que a votação fique em três a favor e um contra a vacina russa e três a favor e dois contra a indiana.
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