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João Doria e Sergio Moro disputam o apoio do empresariado
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A coluna perguntou ao líder do Podemos no Senado, Álvaro Dias (PR), como ele vê a disputa entre o ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), pelo apoio do empresariado brasileiro na corrida pela Presidência da República.
"Esta competição no empresariado pode estar sendo estimulada pelo Doria, mas do lado de cá nós não estamos estimulando", disse o senador.
No entanto, Álvaro Dias faz questão de deixar claro que, no final das contas, aposta que o empresariado acabará apoiando o candidato do Podemos.
"A nossa competição será contra o Jair Bolsonaro (PL), para deslocá-lo do segundo turno da eleição presidencial, abrindo espaço para o Moro. A propalada convergência entre os partidos provavelmente não ocorrerá. Ocorrerá outra convergência, a dos eleitores, espontaneamente, com o candidato com mais possibilidades eleitorais no caminho do meio. E esse candidato é o Moro. Os próprios empresários farão isso, com certeza. Como ele mesmo diz, o navio zarpou. O Moro está bem à frente dos outros da chamada Terceira Via e, portanto, é provável que ocorra uma convergência natural em torno do seu nome."
A coluna fez a mesma pergunta ao líder tucano no Senado, Izalci Lucas (DF), e ao ex-deputado Marcus Pestana, que chegou à Câmara pelo PSDB de Minas Gerais, reduto de Aécio Neves, o ex-candidato do partido a presidente da República que hoje é adversário de Doria no tucanato.
Ambos demonstraram confiança em que o empresariado ficará com Doria. "Acho que o governador de São Paulo tem muito o que mostrar. Conhece bem o Poder Executivo. Tem experiência, tem planejamento, tem equipe", disse Izalci.
Resposta semelhante à de Marcus Pestana:
"São Paulo é São Paulo. O capitalismo moderno do Brasil mora em São Paulo. Sergio Moro é neófito em assuntos econômicos. Não disse ainda a que veio. Acho que Doria leva vantagem."
No entanto, Pestana pondera: "Mas tudo depende da viabilidade. O Mercado, como ninguém, é pragmático."
Exatamente. O mercado e os empresários são pragmáticos. Em 2018, inicialmente não apostaram suas fichas em Bolsonaro. Pendiam mais para o tucano Geraldo Alckmin, para o próprio Álvaro Dias, ou mesmo Henrique Meirelles (MDB) e até Ciro Gomes (PDT). Mas quem ganhou corpo junto ao eleitorado foi o capitão . E ele ficou com o apoio do empresariado.
O mesmo ocorreu nas eleições de 1989. O empresariado começou apostando em Ulysses Guimarães (MDB), Guilherme Afif Domingos (PL) e Mario Covas (PSDB). Mas acabou embarcando na candidatura que ganhou mais força no eleitorado, a de Fernando Collor de Mello (PRN).
A luta agora dos tucanos é para não deixar Moro se estabelecer como o nome mais viável da chamada terceira via, para não arrancar do candidato paulista o apoio de todo o empresariado. A ala mais conservadora já embarcou na canoa do ex-juiz.
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