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Mau desempenho nas pesquisas divide bolsonaristas sobre o 7 de Setembro
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Os aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) foram pegos de surpresa com o resultado da última pesquisa Ipec. Esperavam que, a essa altura da disputa eleitoral, ele se aproximasse mais do ex-presidente Lula (PT), e não ficasse 13 pontos percentuais atrás.
Na pesquisa, contratada pela TV Globo e divulgada nesta segunda-feira, 5, o candidato petista manteve-se à frente, em primeiro lugar, com os mesmos 44% das intenções de voto das pesquisas anteriores. Segundo colocado, Bolsonaro oscilou um ponto percentual para baixo, marcando 31% na preferência dos eleitores.
Com isso os bolsonaristas estão divididos sobre o comportamento amanhã nas manifestações programadas para o 7 de Setembro.
Os chamados bolsonaristas de raiz defendem que o tempo está se esgotando. Faltam apenas 26 dias para a votação, no dia 2 de outubro. Segundo eles, é preciso radicalizar o discurso para encher as ruas amanhã, mobilizar a militância e provocar um fato novo capaz de mudar o rumo da campanha.
Essa ala tem como principal defensor o filho Zero Dois do presidente, Carlos Bolsonaro, com o apoio de Eduardo, o filho Zero Três. Eduardo chegou a lançar uma ameaça velada nas redes sociais, convocando bolsonaristas armados a se manifestar.
Já o comando da campanha e os ministros mais ligados ao presidente avaliam que a radicalização pode ter efeito contrário, afastando os eleitores mais moderados. Pode até mesmo resultar em algum ato de violência que responsabilize o presidente e piore sua situação eleitoral, além de criar mais problemas na Justiça.
Essa ala tem o apoio do filho mais velho do presidente, Flávio Bolsonaro. Mas nem um grupo, nem o outro sabem como Bolsonaro vai agir de fato nas manifestações do 7 de Setembro.
O presidente tem-se mostrado irritadiço nos últimos dias, especialmente depois da divulgação da reportagem do UOL apontando a compra de dezenas de imóveis por ele e seus familiares com uso de dinheiro em espécie. No dia a dia, Bolsonaro tem reagido com agressividade a qualquer deslize de seus assessores.
Bolsonaro Já vinha reclamando dos resultados das pesquisas eleitorais anteriores, e essa do Ipec lhe deixou mais irritado ainda. Segundo afirma, há "um complô, uma armação" da mídia para derrotá-lo com apoio dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral.
Mas Bolsonaro tem dito aos assessores do Palácio do Planalto e ao comando da campanha que sabe da necessidade de se controlar. Que não fará "nenhuma besteira". Seus interlocutores, no entanto, não estão tão seguros.
Mesmo os moderados sabem que é fundamental o sucesso nas manifestações do 7 Setembro e que, para isso, será preciso alguma inflamação no discurso presidencial. O problema é que ninguém está seguro de que Bolsonaro consiga não ultrapassar o limite.
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