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Na Esplanada dos Ministérios, Bolsonaro ameaça adversários com ditadura
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Em seu discurso no comício que montou na Esplanada dos Ministérios de Brasília, na manhã desta quarta-feira 7 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) fez uma verdadeira declaração de guerra contra todos aqueles que diz estarem descumprindo a Constituição.
Do palco montado no caminhão, ao lado da primeira dama e de empresários bolsonaristas como o dono da Havan, Luciano Hang, o presidente disse que, se for reeleito, levará para "dentro" das quatro linhas da Constituição "todos aqueles que ousam ficar fora delas".
O problema é o conceito do presidente sobre "as quatro linhas da Constituição", quem está dentro e quem está fora. Ele defende, por exemplo, que o artigo 142 da Constituição permite que o Exército feche o Supremo Tribunal Federal (STF). Na prática, uma defesa da ditadura.
Pela manhã, em encontro com seus ministros disse que o Brasil já passou "por momentos difíceis, mas por momentos bons".
E entre esses "momentos bons", Bolsonaro citou, entre outros, a vitória contra a Intentona Comunista, o impeachment de Dilma Rousseff e a ditadura militar de 1964, quando os adversários do regime eram acusados de subversivos contra a ordem constitucional.
"Podem ter certeza, é obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da nossa Constituição. Com uma reeleição, nós traremos para dentro dessas quatro linhas todos aqueles que ousam ficar fora delas", declarou.
Bolsonaro não citou nenhum caso específico. Mas por diversas vezes já acusou a oposição e ministros do STF de jogarem "fora das quatro linhas". Acusou especialmente Alexandre de Moraes, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a quem já chamou de "canalha", os ex-presidentes da Corte Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, e o atual vice-presidente, Ricardo Lewandoviski.
No discurso Bolsonaro afirmou que atualmente "todos sabem" o que é o governo federal, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. Neste momento fez uma pausa para seus apoiadores se manifestarem. A plateia bolsonarista, que conhece bem o pensamento do chefe, respondeu vaiando quando ele falou do STF.
Os seguidores radicais do bolsonarismo acreditam que, legitimado por uma eventual reeleição, o chefe poderá cumprir os pedidos expressos em algumas faixas e cartazes empunhados por alguns dos manifestantes deste Sete de Setembro, pedindo de "golpe militar com Bolsonaro no poder", volta do AI-5, fechamento do STF.
Ou seja, não foram palavras lançadas ao léu pelo presidente. Além de um ato de campanha eleitoral, o discurso de Bolsonaro foi uma ameaça explícita à oposição e aos ministros do Supremo Tribunal Federal.
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