Fracasso de golpe no Peru é recado contra golpismo bolsonarista no Brasil

O fracasso do presidente do Peru, Pedro Castillo, em sua tentativa de golpe de Estado nesta quarta-feira, 7, ecoou no Congresso brasileiro como um recado contra as articulações golpistas dos bolsonaristas no Brasil.

A avaliação não é só de políticos petistas ou aliados de primeira hora do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Também viram assim integrantes dos partidos de centro e até aqueles do chamado centrão, que serviu de base de sustentação ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso.

O deputado Danilo Forte (União Brasil-CE) classifica a tentativa de golpe no Peru como "uma chanchada ultrapassada que não tem mais graça". Em referência aos bolsonaristas radicais que ainda fazem manifestações contra a posse de Lula, o deputado afirma: "Infelizmente ainda tem gente no Brasil que pensa desse jeito."

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) que disputou o primeiro turno das eleições contra Lula e acabou apoiando o petista no segundo turno contra Bolsonaro, viu no fracasso do golpe do Peru "mais do que uma lição, um recado".

Segundo ela, assim como a Suprema Corte peruana agiu rapidamente, o Supremo Tribunal Federal, no Brasil, também está acertando. "Ninguém pode atentar contra a democracia", disse.

O senador Renan Calheiros lembra que o presidente golpista do Peru, além de ter sido deposto do cargo acabou preso. "Essa é mais uma lição para o Brasil e para Bolsonaro", disse, exaltando a rapidez da reação do Legislativo contra a tentativa de golpe.

O Parlamento peruano simplesmente ignorou os decretos do político populista de fechamento do Congresso e instauração de um estado de exceção. Foi então expedido um mandado de prisão contra o presidente, que, foragido, acabou detido pela Polícia Federal.

"Qualquer tentativa semelhante aqui poderá ter o mesmo fim", disse Renan à coluna.