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Lula avisa a aliados que não entregará a cabeça de Padilha a Arthur Lira
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avisou a aliados que não pretende afastar da coordenação política o ministro-chefe das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Lula não gostou do que considera um pedido público para entregar a cabeça de Padilha feito pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em entrevista ao jornal "O Globo" publicada neste domingo, 30.
Na entrevista, Lira disse que Padilha não está satisfazendo à base governista. Ele cobrou uma descentralização da coordenação política.
"[Padilha é] um sujeito fino e educado, mas que tem tido dificuldades. Não tem se refletido em uma relação de satisfação boa. Talvez a turma precise descentralizar mais, confiar mais. Se você centraliza, prende muito. Há muita dificuldade, talvez pelo tempo que o PT passou fora do poder", disse o presidente da Câmara na entrevista.
A afirmação foi entendida no Planalto como a senha para entregar mais autoridade ao líder do PT na Câmara, o deputado José Guimarães (CE), a quem Lira considera um aliado fiel.
O Palácio tem informações de que, enquanto comandou o Orçamento secreto, Lira também distribuiu emendas entre petistas para ajudá-los na campanha eleitoral do ano passado.
Com o fim do orçamento secreto, tal como existia na legislatura passada, e com a divisão do centrão em dois blocos parlamentares, Lira perdeu poder. Agora tenta reconquistá-lo com interlocutores de sua confiança dentro do Palácio do Planalto.
A atuação de Padilha, tentando manter sob controle do governo a liberação das emendas, não tem agradado ao presidente da Câmara. A relação piorou com a instauração da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas de 8 de janeiro.
Padilha, na avaliação dos aliados de Arthur Lira, tem ouvido demais os senadores do PT e, sobretudo, o MDB do Senado, cujo senador Renan Calheiros (AL) é cotado para integrar a CPMI. Lira e Renan são adversários figadais na política alagoana.
Na entrevista, o presidente da Câmara deixou claro que tentará impor limites à participação de Renan, independentemente do governo:
"O senador Renan, caso queira ser presidente da CPMI, precisará de votos. Para ser relator, precisará construir um acordo. Não depende do governo."
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