Nota das Forças Armadas complica situação de ministro da Defesa
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Desde a semana passada, já se dizia no Palácio do Planalto sobre o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, que sua "batata estava assando".
Para os críticos do general, ele estaria mais preocupado em manter uma boa relação com o Supremo Tribunal Federal, por exemplo, do que em defender o governo num momento em que Bolsonaro tinha movimentos tolhidos por determinação de ministros da Corte, como Alexandre de Moraes, cuja decisão em caráter liminar barrou a nomeação do delegado Alexandre Ramagem para a direção da Polícia Federal.
Quando Bolsonaro ameaçou manter a posse do delegado amigo da família à revelia da ordem judicial de Moraes — a "quase crise institucional" a que o próprio presidente se referiu em conversa com apoiadores — Azevedo e Silva foi um dos "bombeiros" que atuou para dissuadi-lo da ideia. Mas a postura do ministro da Defesa não foi interpretada como uma atitude apenas conciliatória. Setores do Planalto avaliaram que, uma vez mais, o general se limitava a defender Bolsonaro "só até a página dois", ao contrário do que costumam fazer outros ministros militares, como Heleno e Ramos.
Azevedo e Silva, ex-assessor do atual presidente do STF, Dias Toffoli, foi indicado para titular da Defesa pelo general Villas Bôas, ex-comandante do Exército. A primeira opção de Bolsonaro para a pasta era o general Heleno, que preferiu o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A segunda era o ex-comandante da Marinha, almirante Eduardo Leal Ferreira, que recusou o convite alegando "razões familiares". Azevedo e Silva assumiu o posto como terceira opção.
Em discurso feito ontem, durante manifestação na frente do Palácio do Planalto, o presidente Bolsonaro disse que, assim como o povo, também as Forças Armadas estavam com ele.
A nota divulgada hoje pelo ministro Azevedo e Silva, em que afirma serem as Forças "uma instituição de Estado" —e, portanto, não de governo; e, portanto, não do governo Bolsonaro— não contribuiu para melhorar a opinião do presidente em relação ao seu auxiliar.
A batata do ministro da Defesa continua assando.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.