Fogão e piso novo: por que Bolsonaro será o maior cabo eleitoral do ano
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Pesquisa atrás de pesquisa, o resultado é o mesmo: Jair Bolsonaro sobe feito um rojão em noite de São João, sobretudo no Nordeste e sobretudo graças ao coronavoucher.
Monitoramento do instituto Ideia Big Data aponta nova subida da popularidade do presidente. A aprovação de Bolsonaro oscilou de 37% para 39% na última semana, mais uma vez alavancada pelas classes D e E.
Os números são eloquentes, mas a realidade é muito mais.
Políticos relatam que, na cidade baiana de Euclides da Cunha, por exemplo, ninguém mais encontra fogão para comprar: o produto se esgotou no comércio. Em Iaçu, já falta material de construção. Blocos de concreto viraram mercadoria disputada a cotoveladas.
Em todo o estado, as vendas de motocicletas praticamente dobraram e os donos de pequenos supermercados e armazéns estão rindo sozinhos — nunca viram tamanho movimento da freguesia.
Se nas regiões Sul e Sudeste a pandemia do coronavírus derrubou o faturamento do comércio, no Nordeste, que concentra 36% dos beneficiários do auxílio emergencial, deu-se o contrário. E quanto menor a cidade, maior o impacto positivo do coronavoucher na economia local.
Um deputado de um partido do Centrão com fazenda no interior da Bahia conta que, no ano passado, ao visitar sua propriedade, ouviu de um empregado:
"Não vou votar mais nunca nesse Bolsonaro que o senhor mandou".
O funcionário reclamou que o governo tinha tirado dele o seguro-defeso (embora ele nunca tivesse sido pescador, segundo o deputado-patrão).
Em maio deste ano, o político voltou à fazenda. Conta que o mesmo funcionário veio lhe dizer que tinha mudado de ideia sobre o presidente.
"O senhor estava certo. Esse Bolsonaro é arretado".
O deputado diz ter notado que o funcionário, que tem um beneficiário do auxílio emergencial na família, tinha pintado a casa e colocado piso no chão.
Para analistas de pesquisa, a aprovação de Bolsonaro chegará a 40% antes do fim do auxílio emergencial.
Para o deputado da Bahia, o presidente tem chances de furar esse teto, mesmo depois de fechar a torneira do coronavoucher. "É só uma questão de administrar o desmame", diz o parlamentar — um "bolsonarista autêntico e não um desses que estão correndo atrás do presidente agora", como ele faz questão de lembrar.
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