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Thaís Oyama

Como Barros, o novo líder do governo, irá ajudar Bolsonaro a mudar o Brasil

O novo líder do governo e velho conhecido da Justiça, deputado Ricardo Barros -  Marcelo Camargo / Agência Brasil
O novo líder do governo e velho conhecido da Justiça, deputado Ricardo Barros Imagem: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Colunista do UOL

18/08/2020 12h04

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O presidente Jair Bolsonaro tomou café da manhã com o deputado Ricardo Barros hoje e disse estar "muito feliz e muito grato com a chegada dele para mudar o Brasil".

Ricardo Barros, que assume hoje a liderança do governo na Câmara, é dono de extenso prontuário na Justiça.

Em 2009, foi condenado a ressarcir os cofres públicos por fraude na venda de maquinário público durante o período em que ocupou a prefeitura de Maringá (PR). Em 2016, despontou nas planilhas da Odebrecht como suposto beneficiário do propinoduto que irrigava as contas de dezenas de políticos em Brasília.

No ano passado, foi denunciado pelo Ministério Público Federal por atos de improbidade administrativa durante o período em que foi ministro da Saúde do governo Temer. Ontem, o site O Antagonista revelou que o deputado é também acusado de receber 5 milhões de reais em propina da Galvão Engenharia.

O novo líder do governo é do mesmo PP de Arthur Lira, que vinha ocupando o cargo informalmente até agora.

Ambos são expoentes do Centrão.

A "dinâmica" do Centrão

Lira, sempre que perguntado sobre a flexibilidade programática do bloco, também conhecida como fisiologismo, costuma voltar os olhos para o horizonte e dizer bem sério que "a política é uma coisa muito dinâmica".

Depois que o dinamismo da política fez com que o Centrão - apoiador dos governos FHC, Lula, Dilma e Temer— desse as mãos a Bolsonaro, bolsonaristas passaram a repetir o mantra de Lira com algumas variações, como a de que "a política é a arte do possível" ou de que "a política não é coisa para ingênuos".

O desiludido cientista político Alberto Vannucci costuma dizer que, quando parte relevante da elite de um país começa a acreditar que "a corrupção é a forma normal de fazer as coisas", a prática do crime resiste a investigações e se perpetua.

Vannucci é um dos maiores estudiosos da Operação Mãos Limpas, a megainvestigação italiana que inspirou a Lava Jato e que, segundo ele, fracassou, entre outras coisas, por ter desprezado a importância de uma mudança cultural para tornar sustentável e perene o combate à corrupção.

Ricardo Barros assume hoje a liderança do governo na Câmara.

Ele irá ajudar Bolsonaro a mudar o Brasil para que o Brasil fique do jeito que está.