As lágrimas de Bolsonaro são de felicidade
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Resumo da notícia
- Planalto monitora crescimento da popularidade do presidente com auxílio emergencial
- Embalado, Bolsonaro pretende entrar nas campanhas municipais para atacar esquerda
- Com apoio do Centrão e avanço econômico, presidente chegaria fortalecido em 2022
Bolsonaro andou chorando, mas só pode ter sido de alegria.
Em algumas cidades do Nordeste, o índice de aprovação do presidente já ultrapassou o de rejeição. Monitoramentos que chegaram ontem às mãos de um assessor palaciano mostram que a popularidade do ex-capitão, que nunca foi tão alta, pode ainda não ter batido no teto.
Com o auxílio emergencial estendido e a perspectiva de refluxo da pandemia, o governo considera grandes as chances de o presidente crescer já em setembro.
Neste caso, ele se tornará um forte influenciador nas eleições municipais de novembro — das quais, ao contrário do que havia dito, agora pretende participar.
Nas cidades importantes em que houver disputa entre mais de um candidato da base de apoio do governo, diz um assessor, o ex-capitão se limitará a "sentar o cacete no candidato da esquerda", quando ele existir, e guardará o apoio explícito e declarado para um segundo turno. Nos demais municípios, porém, o presidente está disposto a se engajar o quanto puder.
De olho em 2022
A nova estratégia visa a pavimentar o caminho para a reeleição, como quase tudo o que o governo tem feito ultimamente. Até 2022, pelas previsões sempre risonhas de Paulo Guedes, o Brasil terá acumulado um crescimento de 7% (os 3,5% esperados para 2021 e outros 3,5% que o ministro projeta para até o final do ano seguinte).
No pragmatismo-raiz hoje dominante no Palácio, isso ocasionará um aumento significativo "no sentimento de bem-estar da população", notadamente a mais pobre, e que será convertido em votos.
No campo da disputa eleitoral propriamente dita, as previsões do Planalto são igualmente otimistas.
Presidente deve apostar na polarização
Entre os militares, a avaliação é de que ainda não surgiu um candidato de centro-direita capaz de unificar esse campo de forma a fazer frente a Bolsonaro. Por esse motivo, o presidente continuará a esticar a corda contra PT, PSOL e congêneres.
Sabe que, quando polariza, tira o oxigênio dos adversários de centro. E ir para as urnas numa disputa contra a esquerda é o melhor dos mundos para o ex-capitão.
Centrão, o fiador
O que pode ameaçar tão otimistas previsões? Responde um militar palaciano: só uma catástrofe. Ou, então, "o fracasso do governo em consolidar uma base forte no Congresso". Em outras palavras, uma traição do Centrão — que ontem surgiu orgulhosamente postado ao lado de Bolsonaro no anúncio do pacote econômico do governo.
Ao menos por enquanto, o presidente não tem por que chorar.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.