O PT segue firme rumo ao fim
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O PT saiu das eleições municipais de 2004 com nove capitais.
Foi perdendo uma a uma nos pleitos seguintes e chegou a 2016 cravando um único ponto vermelho no mapa: Rio Branco, no Acre.
Agora, em 2020, lidera a campanha em apenas uma capital, Vitória, sem garantia de levar nem essa.
Não é exatamente uma surpresa.
O partido de Lula optou por ir para a corrida eleitoral sozinho, fora de forma e calçando botas velhas.
Comparece diante do distinto público com os mesmos rotos e rasgados nomes dos velhos tempos. Em São Paulo, não conseguiu tirar da cartola nada melhor que Jilmar Tatto, representante do coronelismo urbano encastelado há três décadas na Tattolândia, como é conhecida a região na zona sul da capital que sua família usa como varanda para o beija-mão clientelista.
Mesmo com a estrela desbotada e nenhum nome arrebatador, o PT achou por bem dispensar alianças.
Pesquisa do Infomoney mostrou que ele é o partido mais isolado nestas eleições - quase metade dos nomes que lançou não está coligado com nenhuma outra sigla.
A humilhação de ver seus principais quadros atrás das grades, condenados nos piores escândalos de corrupção que o Brasil já viu, não baixou o queixo do PT. O massacre de 2016 nas urnas tampouco fez o partido cogitar uma temporada no cantinho do pensamento. A soberba do partido é maior que os vexames pelos quais ele passou.
E nisso o PT apenas emula o comportamento do seu líder maior.
Lula, ao sair da prisão, perdeu a chance de recolher os cacos da sua biografia tentando costurar uma frente de oposição capaz de se apresentar como uma alternativa para o país.
Em vez disso, preferiu o discurso belicoso e ressentido de um comandante de facção que parece falar para os mortos ao cobrar "respeito ao maior partido de esquerda da América Latina". "Frente ampla" só sai se for a frente dele.
Assim, o PT segue firme em direção à irrelevância. E quem acha que o resultado das eleições municipais será o maior desastre da história do partido é porque ainda não se deu ao trabalho de olhar o que o espera em 2022.
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