Boulos mostra que Bolsonaro deve temer o ódio como cabo eleitoral
![Boulos e Covas: se a polarização em São Paulo se repetir em 2022, para onde irá o eleitorado de centro? - 16.11.2020 - Kelly Queiroz/CNN Brasil](https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/f2/2020/11/16/16112020---guilherme-boulos-psol-e-bruno-covas-psdb-antes-do-debate-da-cnn-brasil-para-a-prefeitura-de-sao-paulo-1605571149888_v2_450x600.jpg)
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Quem diria.
Gente que nunca votou na esquerda diz agora apoiar Guilherme Boulos.
O candidato a prefeito de São Paulo pelo PSOL, ativista do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, aparece com 35% das intenções de voto na pesquisa Ibope divulgada ontem (o tucano Bruno Covas lidera com 47%).
Considerando que, historicamente, os votos da esquerda na capital não passam de 20%, é certo que o líder dos sem-teto vem abocanhando eleitores para além de seu campo político.
É fácil entender por quê.
O eleitorado de centro é pendular. Quando não tem um candidato com quem se identifica, ora corre para a direita, ora opta pela esquerda —em regra, motivado pela rejeição ao candidato postado em uma das extremidades.
"Ódio a João Doria"
Na opinião de um dos mais argutos políticos brasileiros, íntimo participante da cena política paulista, no caso da capital, o eleitor de centro está indo para Boulos "por ódio ao Doria" — lembrando que, para parte do eleitorado, o governador de São Paulo, João Doria, é um representante da direita, além de padrinho político de Covas.
O mesmo fenômeno ocorreu no plano federal em 2018, só que com sinal trocado.
O "ódio ao PT", somado à desastrosa campanha do candidato centrista, o tucano Geraldo Alckmin, fez com que o eleitorado situado entre as extremidades políticas corresse para a direita e elegesse Jair Bolsonaro.
Por enquanto, 2022 não tem um candidato de centro. Sergio Moro, Luciano Huck, Luiz Henrique Mandetta não passam de possibilidades, e em alguns casos, remotas.
A polarização de olho em 2022
Se nenhum dos nomes desse campo se consolidar e nada mais promissor surgir no horizonte, a polarização de 2018 tende a se repetir em 2022.
Jair Bolsonaro, o candidato da direita, duelará com um nome da esquerda.
E a depender do índice de rejeição do presidente, desta vez poderá sobrar para ele o "ódio" que o pendular eleitorado de centro dedicou ao PT em 2018.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.