De volta das suas férias, Bolsonaro tem más notícias a dar aos brasileiros
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Jair Bolsonaro voltou das férias no Guarujá e trouxe notícias:
"O Brasil está quebrado. Eu não consigo fazer nada".
Bolsonaro se dirigia a apoiadores que o aguardavam em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília.
Não é exatamente a mensagem que se espera ouvir um presidente da República no seu primeiro dia de trabalho de um ano que começa.
Mas Bolsonaro não trouxe das férias apenas uma declaração derrotista e uma confissão de inaptidão para o cargo. Trouxe também culpados.
O Brasil está quebrado e ele não pode fazer nada porque a imprensa ("essa mídia sem caráter que nós temos aí") "potencializa" os efeitos do coronavírus e faz um "trabalho incessante" para desgastá-lo. O objetivo é retirá-lo do cargo "para voltar alguém para atender os interesses escusos da mídia".
Governo vai deixando a marca do improviso como método
Trata-se de um diagnóstico bastante conveniente para o presidente. Mas há outros.
O Brasil "está quebrado" e Bolsonaro não consegue fazer nada quanto a isso porque sua maior deficiência é a incapacidade de planejamento — a grande marca do seu governo é o improviso.
"Tô ferrado, não sei nada disso aí", dizia o então candidato, largando o corpo na poltrona, quando, às vésperas de um debate importante na TV, assessores tentavam em vão treiná-lo numa sabatina.
Ao sabor da biruta
Bolsonaro não gosta de estudar e não tem capacidade para planejar. Seus movimentos são guiados pela biruta que habita sua cabeça e que gira conforme seus humores.
Assim foi na escolha do partido pelo qual concorreu à Presidência, assim foi na escolha do vice que comporia a sua chapa, assim foi na montagem do ministério, assim vem sendo a condução do governo.
O vaivém do "novo Bolsa Família", o programa que se foi sem nunca ter sido, e as compras e descompras de vacinas na pandemia são apenas os exemplos mais recentes da forma como se comporta o presidente eleito por 57 milhões de brasileiros, e que junto com as más notícias trazidas das férias, apresentou também uma ameaça:
"Vão ter de me aguentar até 2022".
Feliz ano novo, Brasil, e salve-se quem puder.
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