Pazuello fracassa também na tentativa de "sequestrar" seringas de São Paulo
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"Senhoras e senhores, não existe falta de seringa", disse ontem a uma plateia de jornalistas um ofendido general Eduardo Pazuello.
O militar reclamou que o seu ministério passou os últimos dias sendo chamado de "fracassado" por culpa da "desinformação horrível" promovida pela imprensa sobre o atraso do governo na compra do equipamento básico de vacinação.
A licitação aberta de última hora pelo Ministério da Saúde para a aquisição de 330 milhões de agulhas e seringas obteve a oferta de apenas 7 milhões de unidades no pregão feito no dia 29 de dezembro — o que significa que quase nenhum fabricante topou os preços propostos pelo cliente que chegou atrasado.
Irritado, o presidente Jair Bolsonaro avisou pelo Facebook que havia ordenado a suspensão da compra do equipamento até que os preços "voltassem à normalidade".
Ocorre que ontem, em meio ao longo monólogo protagonizado por Pazuello (o general falou por quase uma hora, sem direito a perguntas), soube-se que uma intrigante "requisição administrativa" possibilitaria ao governo federal obter "30 milhões de seringas da iniciativa privada".
A mágica agora está explicada.
Bronca do STF
O governo federal intencionava simplesmente "sequestrar" para si as seringas já compradas pelos estados, notadamente o de São Paulo, governado pelo arquirrival de Bolsonaro, João Doria.
Informado por uma das empresas fornecedoras da tentativa de confisco, o governo de São Paulo acionou a Procuradoria-Geral do Estado para entrar com uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal visando a garantir o recebimento das agulhas e seringas já compradas.
Hoje de manhã, o ministro do STF Ricardo Lewandowski frustrou o plano de surrupio de Pazuello e Bolsonaro e ainda passou uma carraspana nos dois.
Ao deferir a liminar pedida pelo governo de São Paulo, escreveu no despacho que "a incúria do Governo Federal não pode penalizar a diligência da Administração do Estado de São Paulo, a qual vem se preparando, de longa data, com o devido zelo para enfrentar a atual crise sanitária".
O general Pazuello e o presidente Bolsonaro não têm por que ficar ofendidos com o que a imprensa diz sobre o seu desempenho na (não) campanha de vacinação. Juntos, o ministro e o presidente produziram cada um dos últimos fracassos; juntos, merecem cada vaia que ouvirem.
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