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Thaís Oyama

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Pazuello pode ter blindado Bolsonaro, mas eleitor não perdoa, diz pesquisa

O presidente Jair Bolsonaro: avaliação de "ruim e péssimo" subiu 20 pontos desde a eclosão da pandemia  - Pedro Ladeira/Folhapress
O presidente Jair Bolsonaro: avaliação de "ruim e péssimo" subiu 20 pontos desde a eclosão da pandemia Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Colunista do UOL

21/05/2021 10h36

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Mais de 75% dos brasileiros acham que a vacinação contra a covid-19 está "atrasada".

Mesmo entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, a porcentagem de insatisfeitos com o ritmo da imunização no país é alta: 51%. Os dados, divulgados hoje, são da pesquisa Exame/Ideia, que ouviu 1.243 pessoas entre os dias 17 e 20 de maio.

Os números mostram que as tentativas do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello de proteger o presidente na CPI da Covid podem ter eficácia limitada.

Na pesquisa Exame/Ideia, o cruzamento de dados sobre o ritmo da vacinação com os números de avaliação do presidente deixam claro que a população atribui a Bolsonaro, e ao seu governo, a demora em proteger os brasileiros do coronavírus.

Não é um fardo pequeno para o ex-capitão.

Maurício Moura, CEO do instituto Ideia, afirma que a ideia de que a vacina poderia ter chegado antes traz bem mais do que insatisfação para a parte da população que teve contato direto com as mortes causadas pela pandemia. "Entrevistados dizem frases como: 'Se a vacina tivesse vindo antes, minha mãe poderia ter tido uma chance'".

O levantamento mostra ainda que 44% dos brasileiros dizem não ter ideia de quando serão vacinados ou estão resignados com a possibilidade de só virem a ser imunizados no ano que vem.

E se existe alguma boa notícia para Bolsonaro na pesquisa é essa: diante da baixa expectativa da população sobre um avanço na campanha de vacinação, caso ele ocorra, o governo surpreenderá positivamente e terá uma chance de melhorar sua imagem.

A popularidade de Bolsonaro se mantém há dois meses em seu pior momento desde que ele assumiu a Presidência.

Os brasileiros que consideram o governo "ruim" ou "péssimo" somam hoje 50%, segundo o Ideia.

Registros do mesmo instituto apontam que, em dezembro de 2019, antes da eclosão da pandemia, esse índice era de 30%.

Para reverter os números, Bolsonaro precisará bem mais do que um general que se disponha a protegê-lo à custa de mentiras.