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Caciques cogitam Simone, mas terceira via continua uma estrada esburacada
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Hoje, três caciques partidários se reúnem para discutir a possível formação de uma federação e, quem sabe, uma possível candidatura única à Presidência.
Baleia Rossi, do MDB, Bruno Araújo, do PSDB, e Luciano Bivar, do União Brasil, irão se sentar à mesa para uma conversa que, ao menos por enquanto, deve resultar em nada. Num horizonte bastante longínquo, está a possibilidade de as siglas se juntarem em torno do nome da senadora Simone Tebet, do MDB.
Hoje, nas pesquisas, Tebet dá traço.
E não só ela.
Juntando os três principais candidatos da esburacada terceira via (Sergio Moro, João Doria e Ciro Gomes, considerando que este último vem sendo incluído na categoria por pesquisadores), a soma das intenções de voto espontâneas não chega a dois dígitos.
Do ponto de vista eleitoral, portanto, o mercado continua a oferecer apenas dois produtos competitivos (Lula e Jair Bolsonaro), sendo que os demais estão na vitrine há tempo suficiente para se suspeitar que encalharam.
Moro, empacado nas pesquisas, começa a ser rejeitado pelo próprio partido, o Podemos, que teme ver sobrar para os seus candidatos ao Legislativo o prejuízo de carregar um nome que não apenas não decola como ameaça sugar os recursos do partido que poderiam irrigar suas campanhas.
Doria vive situação semelhante, com a diferença de que, no caso do tucano, o desejo de correligionários de livrar-se dele foi tornado explícito na semana passada, quando uma ala do PDSB contrária à sua candidatura organizou o que o governador de São Paulo chamou de "jantar dos perdedores".
Já Ciro, em sua quarta tentativa de chegar à Presidência, continua onde sempre esteve, vociferando contra tudo e contra todos de seu banquinho na praça, de minguada plateia. Volta e meia o PDT é obrigado a jurar que pretende manter a candidatura do ex-governador.
Do ponto de vista político, portanto, Simone Tebet faz trajetória oposta — tem partidos interessados em adotá-la, não em livrar-se dela. O que não significa que seus caminhos estejam menos bloqueados que os de seus colegas de um dígito.
União Brasil e PSDB, as siglas que ora cogitam apoiar seu nome, têm conhecidas divisões internas, mas é o MDB, partido de Tebet, o mais fragmentado por interesses regionais e de lideranças, parte delas já fechada com Lula — caso dos senadores Jader Barbalho e Renan Calheiros.
Nas conversas internas, o MDB decidiu que continuará a bancar a candidatura da senadora até junho. Caso ela chegue a 10% de intenção de votos até lá, o investimento tende a continuar, assim como as tratativas de alianças. Do contrário, o partido colocará os cofres a serviço das campanhas de seus deputados e senadores. Velho de guerra, o MDB sabe que candidaturas nanicas não valem uma missa, que dirá um fundo eleitoral.
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