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Bolsonaro morde e assopra caminhoneiros e se lança "líder" da oposição
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Jair Bolsonaro não cumprirá a promessa de se aposentar da política e "ir pescar", como havia dito que faria caso perdesse a eleição. Em seu discurso relâmpago, feito agora há pouco no Palácio da Alvorada, o presidente deixou clara a sua pretensão de ser o "líder" da oposição ao governo Lula.
O ex-capitão usou mais da metade do pronunciamento para falar do "fortalecimento da direita" no país e do crescimento do seu partido, o PL, nesta eleição.
Afirmou que a sigla formou "diversas lideranças" e tem agora "uma robusta representação no Congresso".
Na última frase do discurso, declarou se considerar honrado por ser o "líder de milhões de brasileiros" que defendem o que ele diz defender.
Quanto aos caminhoneiros que pedem a intervenção militar e vêm bloqueando rodovias em todo país, Bolsonaro tentou um morde-assopra.
Afirmou-se contra manifestações que emulem os "métodos da esquerda", como os que causam o "cerceamento do direito de ir e vir", ao mesmo tempo em que afagou os manifestantes ao dizer que os "atuais movimentos populares são frutos de indignação e do sentimento de injustiça sobre como se deu o processo eleitoral".
Ao sugerir que o processo eleitoral foi injusto, sem no entanto afirmar isso com todas as letras, o presidente tentou evitar juntar mais um processo às dezenas que já acumula na Justiça, inclusive no TSE.
Bolsonaro em momento algum admitiu a derrota, mas mostrou que pretende desocupar o Palácio da Alvorada em janeiro no comentário feito ao ministro Ciro Nogueira antes de iniciar o discurso, com o microfone já aberto. Referindo-se aos jornalistas presentes, cochichou: "Eles vão sentir saudade de nós" — outra prova de que o presidente derrotado continua se tendo em boa conta.
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