É falso que o ex-delegado Protógenes fugiu para Suíça por descobrir fraude
Circula nas redes sociais o trecho de uma entrevista do ex-delegado federal e ex-deputado federal Protógenes Queiroz em que ele diz que "conseguiu identificar um dos fraudadores" das urnas eletrônicas em sua tentativa de reeleição a deputado federal pelo PCdoB-SP no ano de 2014. Protógenes não conseguiu se reeleger e culpou a suposta fraude nas urnas.
No trecho da entrevista, concedida à Redetv em 2017, o ex-delegado diz ainda que houve fraude na eleição presidencial para favorecer a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que ganhou a reeleição contra o ex-senador Aécio Neves (PSDB) naquele ano. O vídeo é acompanhado de um texto que sugere que o Protógenes "teve que fugir para a Suíça sob ameaças de morte".
Tanto a afirmação do ex-delegado quanto o texto que acompanha o trecho da entrevista são falsos.
Protógenes Queiroz registrou no MPF (Ministério Público Federal) a denúncia sobre a suposta fraude nas urnas eletrônicas, mas ela foi arquivada pelo órgão em 2015 por falta de provas.
Sobre a reeleição da presidente Dilma Rousseff em 2014, o próprio PSDB chegou a pedir uma auditoria das urnas eletrônicas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O relatório da auditoria feita pelo partido concluiu, um ano depois, que não houve fraude nas eleições gerais de 2014.
Operação Satiagraha
Já o asilo político de Protógenes na Suíça não tem relação com a suposta denúncia de fraude eleitoral feita por ele em 2014.
Protógenes Queiroz foi exonerado da Polícia Federal em 2015 por "infrações disciplinares" por ter sido condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por violação de sigilo funcional durante a Operação Satiagraha. Em 2016, ele pediu asilo político à Suíça alegando que corria risco de vida por causa de seu trabalho como delegado investigando corrupção.
A operação, comandada pelo ex-delegado federal entre 2004 e 2008, foi responsável por prender mais de 20 pessoas acusadas de crimes financeiros como lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas e formação de quadrilha, entre eles o banqueiro Daniel Dantas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.
Protógenes foi acusado pelo MPF de ter revelado detalhes da operação a jornalistas e, por isso, ter cometido "violação de sigilo funcional". Em 2011, a operação foi anulada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que considerou que as provas obtidas se basearam em escutas ilegais. A decisão foi confirmada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em 2015.
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