Gabrilli erra sobre violência contra mulher e impeachment de Dilma
Em Sabatina UOL/Folha, a candidata à vice-presidência na chapa de Simone Tebet (MDB), Mara Gabrilli (PSDB), errou dados referentes à violência contra a mulher e ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e acertou informações sobre a fome no Brasil. Leia a checagem:
Lembrando que a cada duas horas, uma mulher é morta [no Brasil]".
Impreciso. Os números trazidos por Gabrilli são desatualizados. Os dados do Atlas de Violência 2020, sobre os índices de 2019, indicam que, de fato, uma mulher era morta no Brasil a cada duas horas. No entanto, segundo o Atlas de 2021 (sobre dados de 2020), esse número diminuiu.
Em 2019, 4.519 mulheres foram assassinadas no Brasil. Em 2020 o número caiu para 3.737, o equivalente a uma morte a cada 2h30.
A cada dois minutos uma mulher é agredida física ou verbalmente [no Brasil]".
Impreciso. Os dados são antigos. Em levantamento de 2020 do ISP (Instituto de Segurança Pública) o número era de uma agressão a cada dois minutos, como disse a candidata. Mas, na pandemia, o número aumentou. Segundo dados do Datafolha publicados pela Revista Piauí de 2021, a cada minuto, oito mulheres são agredidas no Brasil. O dado atual é quatro vezes superior ao citado pela candidata.
É a primeira vez na história do PSDB que há uma candidata à vice-presidência mulher".
Impreciso. Nas eleições presidenciais de 2002, o então candidato José Serra (PSDB) tinha como vice na chapa Rita Camata, então no PMDB (hoje MDB) e desde 2009 no PSDB. Ainda assim, a chapa tucana já teve uma mulher como vice.
Simone Tebet foi a primeira mulher a ser candidata à presidência do Senado depois de 198 anos".
Verdadeiro. A candidata à presidência Simone Tebet (MDB-MS) foi a primeira mulher a concorrer à Presidência do Senado brasileiro, desde a sua criação em 1824. Em 2021, quando concorreu, Tebet recebeu 21 votos, perdendo para Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que recebeu 57.
Votaria a favor do impeachment da Dilma novamente porque ela cometeu crime de responsabilidade".
Falso. Há quatro dias, como reportado pelo UOL, a 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF (Ministério Público Federal) arquivou o inquérito civil sobre as pedaladas fiscais que justificaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
A decisão é de fevereiro, mas só veio a público neste dia 22, a dez dias do primeiro turno das eleições.
O arquivamento foi promovido em 2021 pela Procuradoria da República no Distrito Federal. O argumento foi que tanto o TCU (Tribunal de Contas da União) quanto a Corregedoria do Ministério da Economia afastou a possibilidade de responsabilização dos envolvidos. Ou seja, não houve crime de responsabilidade, como necessário para que haja o impeachment de um presidente.
A gente está no Brasil, em que 33 milhões estão passando fome, enquanto praticamente 60 milhões estão vivendo insegurança alimentar, e parece que as pessoas não estão percebendo isso, sabe?".
Verdadeiro. Está correto que praticamente 60 milhões estão vivendo insegurança alimentar no Brasil e 33 mil passam fome. De acordo com reportagem do UOL sobre relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 61 milhões vivem insegurança alimentar no Brasil, o estudo mostra que quase três em cada 10 brasileiros não têm garantia de comida.
Entre eles, 15,4 milhões passam fome, quatro vezes mais do que no último relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas para Alimentação (FAO). Isso equivale a quase 30% da população brasileira que vive insegurança alimentar moderada ou grave. O estudo é de julho de 2022.
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