TSE não derrubou site ou mudou tarja nas redes sociais após live argentina

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não alterou a tarja com informações sobre a apuração de votos das eleições de 2022 divulgada nas redes sociais da Meta (Facebook e Instagram) e não derrubou o próprio site após a exibição de uma live argentina no dia 4 de novembro, como afirma um vídeo que circula nas redes sociais.

A alteração da tarja foi provocada por um problema técnico, não a pedido do TSE, segundo informou a Meta. A queda do site do TSE, não foi deliberada mas provocada por sobrecarga de acessos, segundo a Corte.

O que diz o vídeo. Publicada após uma live argentina que afirmou falsamente que houve fraude nas urnas brasileiras, a gravação, feita por uma mulher, diz: "Até ontem [3 de novembro], todos os nossos posts que falavam sobre a eleição, que citavam Bolsonaro, que citavam Lula, que citavam intervenção federal, vinham com essa informação aqui do TSE: 'O vencedor da eleição presidencial foi declarado. Veja os resultados oficiais no site do TSE'."

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Ela continua: "Você pode até falar que pedir intervenção, bater panela, não vai dar em nada, mas hoje [depois da live] o TSE mudou a informação: 'Os votos para a eleição presidencial ainda estão sendo apurados. Veja as últimas atualizações no site do TSE'. Não fui eu quem mudei, não foi o presidente Jair Bolsonaro, não foram os influenciadores de direita. O TSE mudou para essa informação. Isso não quer dizer nada pra você?'".

TSE mudou tarja? Falso. Segundo a Meta no Brasil, uma falha técnica fez com que aparecesse um rótulo desatualizado informando que votos da eleição brasileira ainda estavam sendo apurados. "O resultado oficial da eleição foi declarado no último domingo pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Trabalhamos para resolver a questão o mais rápido possível", afirma a empresa.

O que disse a live? O canal argentino La Derecha Diário expôs um dossiê com informações falsas para supostamente comprovar fraude nas eleições presidenciais brasileiras. A transmissão alcançou mais de 400 mil de pessoas.

O principal argumento do apresentador, Fernando Cerimedo, era que cinco modelos de urnas eletrônicas usadas na eleição deste ano registraram mais votos para o petista Luiz Inácio Lula da Silva do que para o presidente Jair Bolsonaro (PL). Os modelos, segundo o relatório, não teriam sido submetidos a testes de segurança. Apenas a urna 2020 teria passado pelo crivo de peritos de universidades federais e das Forças Armadas. O UOL Confere já desmentiu essa alegação anteriormente.

Além de dono de diversos canais de direita da Argentina, como o La Derecha Diario, Cerimedo apoia publicamente a família Bolsonaro e admite ter colaborado com a campanha vitoriosa de 2018 e ter se encontrado com o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pouco antes do segundo turno deste ano.

TSE derrubou o próprio site após live? Distorcido. A publicação também afirma: "Por último, todas as informações que foram usadas para fazer esse relatório, que foi exposto na live argentina, foram tiradas do próprio TSE, do próprio site do TSE. Até hoje [4 de novembro] qualquer um que acessasse o site poderia ter acesso a todas as informações, mas agora, assim que a live foi encerrada, o TSE derrubou o próprio site, tirou o site do ar e nenhum de nós consegue mais ter acesso a nenhuma dessas informações".

O que aconteceu? O site oficial do TSE caiu no último dia 4, como disse o vídeo. Entretanto, não foi a Corte que o derrubou. Segundo nota publicada pelo próprio Tribunal, a instabilidade do portal do TSE se deu por "sobrecarga de acessos".

Quando o site caiu, a Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE direcionou os usuários para o portal de dados abertos do Governo Federal, que tem as mesmas informações expostas no site da Corte Eleitoral. Mas o portal também ficou fora do ar.

Foi colocada no ar, na própria sexta-feira (4), uma versão simplificada do site oficial do TSE, que continha uma lista de links que levavam aos documentos principais do portal. Os dados voltaram a ficar disponíveis no mesmo dia da live, logo após a queda do site.

Tarjas foram excluídas pelo TSE após live? Distorcido. A mulher que aparece no vídeo afirma: "Agora, a cereja do bolo, depois de ter mudado as informações, durante a transmissão da live, onde todas as provas de fraude estavam sendo expostas para o mundo, o TSE retirou todas as tarjas sobre o processo eleitoral das publicações associadas às eleições. Os posts dos candidatos agora estão sem tarja".

O TSE informou por email que não é o responsável pela inserção ou remoção de informações nas redes sociais. A responsabilidade é da Meta, que corrigiu a falha e voltou a exibir as tarjas.

Viralização. Três dias depois da postagem, o conteúdo enganoso já acumulava mais de 8 mil visualizações no Instagram.

O UOL Confere considera como falso conteúdos que não têm amparo em fatos e podem ser desmentidos de forma objetiva e como distorcido conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.

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