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Urnas eletrônicas: veja as notícias falsas que o UOL Confere já desmentiu

Voto em urna eletrônica - Arte/UOL Confere sobre SOPA Images/LightRocket via Getty
Voto em urna eletrônica Imagem: Arte/UOL Confere sobre SOPA Images/LightRocket via Getty

Do UOL, em São Paulo

02/10/2022 04h00

A urna eletrônica é utilizada no Brasil desde 1996 sem nenhuma comprovação de fraude ou adulteração de resultado desde então. A votação eletrônica foi, na verdade, uma forma de combater fraudes e evitar a manipulação das cédulas em papel.

É falso, por exemplo, que as urnas não sejam auditáveis ou que a contagem de votos não seja público. Como o UOL Confere já mostrou, a auditoria das urnas começou no ano passado e se estendeu até maio deste ano, com acompanhamento de entidades fiscalizadoras. As urnas também passam por outra etapa de auditoria neste domingo de eleição, o Teste de Integridade.

Em 2022, notícias falsas de anos anteriores voltaram a circular, além de novas desinformações que lançam suspeitas sobre o sistema e a preparação das urnas. Veja o que o UOL Confere já checou:

  • Urnas eletrônicas modificadas em sindicato dos metalúrgicos? Falso

É falso que urnas eletrônicas estão sendo modificadas no Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo do Campo. A mensagem que circula no WhatsApp foi desmentida em nota divulgada pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e pelo próprio sindicato.

  • Urnas em cidade do RJ já tinham votos registrados para Lula? Falso

É falso que urnas de uma seção eleitoral de Cordeiro (RJ) já tinham votos registrados para o candidato do PT à presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) desmentiu o boato que circula em áudios pelo WhatsApp.

  • Biometria dispensa eleitor de assinar caderno de votação? Verdadeiro

Circula no WhatsApp uma corrente que diz que "mesários bolsonaristas não vão entregar aos eleitores os comprovantes de votação e nem exigir assinatura no livro de registro" com o intuito de alegar que "há mais votos nas urnas do que eleitores confirmados". A informação, no entanto, é falsa. Eleitores que possuem o cadastro biométrico são dispensados de assinar o caderno de votação.O comprovante de votação é entregue ao eleitor depois que ele sai da cabine de votação e serve como comprovante de quitação eleitoral - isto é, demonstra que o eleitor não tem pendência com a Justiça Eleitoral.

  • Mensagem na urna para eleitor conferir candidato invalida voto? Falso

É falso um vídeo compartilhado no Facebook que afirma que, se o eleitor apertar o botão "confirma" na urna eletrônica enquanto aparece no rodapé da tela a mensagem "confira seu voto", o voto é invalidado. A instrução também não foi acrescentada para confundir o eleitor pela semelhança entre as palavras confira e confirme, como diz a peça desinformativa. A mensagem confira seu voto realmente foi acrescentada ao processo de votação. Mas a mudança ocorreu nas Eleições Gerais de 2022 para que os eleitores possam contar com tempo extra para conferir o voto na urna eletrônica.

  • Prédio de sindicato em Itapeva é usado pelo TRE-SP desde 2014? Sim

Um vídeo que mostra a preparação de urnas eletrônicas na sede de um sindicato em Itapeva, no interior de São Paulo, circula nas redes sociais de forma distorcida, levantando suspeitas sobre o processo eleitoral. O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) emitiu uma nota para esclarecer a situação. A atividade ocorre de forma regular. O local é a sede de um sindicato, usada desde 2014 pelo cartório eleitoral situado no prédio vizinho por falta de espaço.

  • Post resgata notícias falsas desmentidas pelo TSE nas Eleições de 2018

Uma publicação resgata notícias falsas sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas no dia da votação do primeiro turno nas eleições de 2018. Todas as informações espalhadas pelos eleitores que aparecem nas imagens foram desmentidas ainda durante o pleito daquele ano pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e pelos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais). Entre elas estão ocorrências de eleitores que não seguiram a sequência correta dos votos.

Outra se refere a suposta denúncia de policiais militares do DF de que urnas já continham votos antes da eleição, mas a urna estava zerada. Outra desinformação é sobre um vídeo feito a partir de uma montagem em que uma eleitora dizia que a urna autocompletava votos para o candidato do PT em 2018, Fernando Haddad.

Comprova

Outras desinformações também foram desmentidas pelo projeto Comprova, um consórcio com mais de 40 veículos de imprensa, do qual o UOL Confere faz parte. Leia os destaques:

  • PF encontrou urnas não zeradas? Falso: o boato é de 2018

É falso que agentes da Polícia Federal em Brasília tenham identificado fraude nas eleições deste ano, envolvendo lote de urnas não zeradas, ou seja, que já conteriam votos computados antes mesmo da votação. O boato requenta a denúncia de 2018, no contexto das eleições daquele ano, que foi arquivada após investigação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).

  • Há provas de fraudes em apagões nas eleições de 2014 e 2018? Não

É enganoso vídeo que diz que as Forças Armadas descobriram fraudes decorrentes de apagões nas eleições de 2014 e 2018. Em 2014, houve um blecaute de 20 minutos em dez cidades de Roraima, mas, segundo o TRE do estado, a falta de eletricidade não interferiu no resultado da votação, pois as urnas eletrônicas funcionam até oito horas sem energia. Já em 2018, a transmissão dos resultados da votação para presidente à imprensa foi, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), momentaneamente interrompida por causa de um problema técnico provocado por grande volume de acessos.

  • Documento secreto revela problemas nas eleições de 2018? Falso

É enganoso que exista um documento "secreto" da Procuradoria-Geral Eleitoral do Ministério Público Federal (MPF) reconhecendo que houve problemas na apuração de votos do primeiro turno das eleições presidenciais de 2018 e que, por isso, Jair Bolsonaro (então no PSL e hoje no PL) acabou não sendo eleito no primeiro turno com 50,69% dos votos.

  • Dispositivo nas urnas eletrônicas é capaz de alterar votação? Falso.

É falso conteúdo que afirma haver na urna eletrônica um programa executável capaz de fazer alterações nos votos digitados por eleitores no dia das eleições. A existência do dispositivo, segundo a publicação, teria sido identificada pelas Forças Armadas. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e especialistas consultados pelo Comprova negam que isso seja possível e apontam pelo menos duas etapas do processo de auditoria e fiscalização das urnas em que tal impossibilidade pode ser comprovada.

  • TSE tem 32 mil urnas grampeadas para fraudar a eleição? Falso

É falso que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teria comprado 32 mil urnas "grampeadas" para serem utilizadas nas eleições de 2022 e dar um "golpe final no Brasil". A Justiça Eleitoral confirmou ao Comprova que houve a compra não apenas de 32 mil equipamentos, mas de 224 mil, no total. No entanto, não há como elas estarem grampeadas. O TSE reforça que os equipamentos possuem arquitetura de segurança desenvolvida pelo próprio tribunal e que passam por rigorosos processos de acompanhamento e auditoria por diversas entidades. Especialistas consultados pelo Comprova também afirmaram que as urnas eletrônicas são seguras.

Saiba mais sobre a urna eletrônica e processo eleitoral:

O UOL Confere é uma iniciativa do UOL para combater e esclarecer as notícias falsas na internet. Se você desconfia de uma notícia ou mensagem que recebeu, envie para uolconfere@uol.com.br.