Marisa Letícia não possuía investimentos de R$ 256 milhões
O inventário da ex-primeira-dama Marisa Letícia, analisado em 2020, não contava com investimentos em CDBs (certificados de depósito bancários) de até R$ 256 milhões, como afirma publicação no Instagram compartilhada no domingo (26).
O juiz responsável pelo levantamento da ex-esposa do presidente Lula (PT) confirmou, à época, que os investimentos se limitavam a R$ 26 mil.
O pedido de checagem foi enviado por leitores do UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049.
O que diz a mensagem?
"Inventário de Marisa surpreende com investimentos que podem chegar a R$ 256,6 milhões", diz a chamada;
No subtítulo, está a seguinte mensagem: "Até o magistrado da vara onde tramita o inventário de dona Marisa Letícia Lula da Silva se surpreendeu";
"Bora vender Avon,ou (sic) dona Mariza (sic) cera (sic) a super vendedora,qto lhe rendeu hein (sic)", escreve o perfil que compartilhou o conteúdo distorcido.
Por que o conteúdo é distorcido?
- Falta contexto. A publicação não explica que, após posicionamento dos advogados, o juiz Carlos Henrique André Lisbôa confirmou que a quantia correta era de R$ 26 mil (veja aqui);
- Marisa Letícia não trabalhou como vendedora da Avon. O PT já desmentiu esta informação (veja aqui);
- O UOL Confere aplica o selo distorcido a conteúdos que usam informações verdadeiras em contexto diferente do original, alterando seu significado de modo a enganar e confundir quem os recebe.
O que aconteceu?
- Em 6 de abril de 2020, o juiz questionou os advogados do inventário se as 2.566.468 unidades de CDBs de Marisa tinham relação com o valor unitário de R$ 100 de supostos investimentos em debêntures --títulos de dívida emitidos por empresas;
- O questionamento do magistrado foi utilizado por bolsonaristas, como os irmãos Carlos e Eduardo Bolsonaro, para atacar Marisa Letícia;
- Após a polêmica, os advogados emitiram uma nota explicando que não havia relação entre o valor dos CDBs e o suposto investimento em debêntures. Na verdade, o banco apenas havia oferecido à ex-esposa do petista a proposta de investimento, que não foi concretizada;
- Em despacho de 6 de maio de 2020, o próprio magistrado reconhece a confusão e ressalta que não há relação entre os investimentos:
Restou demonstrado que o investimento que a falecida possuía no Banco Bradesco tem saldo líquido de R$26.282,74 (fls. 578) e que ele não é regulamentado pelos contratos acostados a fs. 394/427 e 428/468. A questão, portanto, está devidamente esclarecida"
Sugestões de checagens também podem ser enviadas pelo email uolconfere@uol.com.br.
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