Vídeo mostra Lira falando de votação na Câmara, não da eleição presidencial
É falso que o presidente da Câmara dos Deputados Artur Lira esteja se referindo a falha no processo de votação das eleições gerais de 2022 em um vídeo que circula nas redes sociais.
Ele se refere a problemas técnicos ocorridos na votação da PEC 15/22, a chamada PEC das Bondades, em julho de 2022 ——as eleições gerais ocorreram em outubro.
O que diz o post?
A descrição do post relaciona o vídeo às eleições gerais: "Estranho isso gente porque na eleição o sistema caiu quando meu patrão foi votar na hora de confirmar o sim pra Bolsonaro 22".
Na parte de cima do vídeo, vem o texto: "Tem que ser preso! Arthur Lira denuncia atentando (sic) na Câmara".
Nas imagens, Arthur Lira fala de erros ocorridos no processo de votação na Câmara.
"Qualquer parlamentar, de qualquer partido, de qualquer tendência nesta casa, de ter interferido (sic) no fato que aconteceu que é, um fato extraordinário, de uma grave agressão ao funcionamento do Poder Legislativo. Seja ele casual, acidental ou proposital, por isso a Polícia Federal já soltou uma nota à imprensa(...).
Outras falhas em votações na própria Câmara são citadas: "Nós tivemos uma inconsistência na votação da PEC do voto do impresso, depois nós tivemos um problema de painel do PLP 18 (...). O que aconteceu ontem não é um fato comum, não é corriqueiro e espero que jamais aconteça";
Sobreposta ao vídeo, há uma imagem de Lula com a mão no rosto, em aparente gesto de sofrimento.
Também foi sobreposta uma data falsa, para fazer crer que o vídeo é recente: 15/04/2023.
Por que o post é falso?
Lira se refere a problemas técnicos ocorridos na votação da PEC 15/22, a chamada PEC das Bondades. O sistema de votação da Câmara é o mesmo das eleições gerais.
Veja o vídeo original:
O vídeo é antigo. A declaração de Lira ocorreu em 12 de julho de 2022.
A fala não tem relação com o resultado da eleição presidencial. As eleições gerais ocorreram em outubro.
Não são usadas urnas eletrônicas na votação da Câmara. O sistema de votação usado pelos deputados é diferente e depende de conexão com a internet. O funcionamento das urnas eletrônicas não depende de conexão.
Também não houve qualquer atentado na Câmara, como sugere falsamente a publicação.
Urnas eletrônicas são confiáveis. Desde 1996, quando as urnas eletrônicas começaram a ser utilizadas nas eleições, não houve fraude comprovada no sistema eleitoral brasileiro.
Apagão na votação da Câmara
Rompimento de fibra ótica cortou conexão. A operadora Lúmen informou que o problema afetou clientes em todo o Distrito Federal, segundo a diretoria-geral da Câmara dos Deputados (aqui)
Os dois servidores de internet da Casa saíram do ar. No momento da falha, os deputados já haviam aprovado o texto-base (393 votos a favor e 14 contrários), e definiam a votação das emendas (que podem modificar o texto principal da PEC).
O que a falha interrompeu: a conexão do site da Câmara, a transmissão ao vivo e a votação pelo sistema remoto por meio do aplicativo Infoleg (disponibilizado exclusivamente aos parlamentares).
Lira suspendeu a sessão (aqui). Os trabalhos foram retomados no dia seguinte, 13 de julho.
Falha não prejudicou resultado. Como o painel eletrônico, que exibe os resultados da votação, não é conectado à rede, seu funcionamento não foi afetado. As emendas foram votadas no dia seguinte sem falhas de conexão (aqui).
Como é a votação na Câmara
O sistema de votação da Câmara é conectado à internet, ao contrário das urnas eletrônicas usadas nas eleições gerais.
No Plenário, as matérias são votadas por meio de tablets. O equipamento é usado presencialmente pelos parlamentares.
Em votações remotas, desde 2020, usa-se o app Infoleg. Os deputados discutem o tema por videoconferência. Em seguida, votam pelo app após cadastramento do celular de cada parlamentar, validado por verificação em duas etapas.
Não há, portanto, como o problema ocorrido na Câmara acontecer nas eleições gerais.
Viralização. No Facebook, a publicação de 16 de abril soma 366 mil visualizações, 17 mil curtidas, 3,8 mil comentários e 10 mil compartilhamentos.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
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