Programa com TVs 4k e PS5 em presídios é do governo do RJ, não de Lula
É falso um vídeo que diz que Lula teria sido o responsável por equipar o Complexo Penitenciário de Bangu com aparelhos tecnológicos como TVs 4k, óculos de realidade virtual e videogames de última geração -PS5 com o jogo mais recente da Fifa, o 2023.
O programa começou durante o mandato do ex-presidente Bolsonaro, em 2021, e é de responsabilidade do governo do estado do Rio de Janeiro, sob comando de Cláudio Castro (PL).
O que diz o post
"ABSURDO: Ex-presidiário do Lula vai fazer reforma nos presídios do Brasil. 'Presídio de Luxo' #fazol", diz a legenda da publicação investigada.
A postagem também compartilha trecho do jornal do RJ2, da rede Globo, em que a apresentadora lista os aparelhos solicitados pela secretaria penitenciária. Além disso, ela diz que os presos terão acesso aos equipamentos dentro dos 19 centros educacionais que funcionam dentro de presídios no Rio, incluindo prisões em que chefes de facções estão alocados.
Também é compartilhado o print de uma chamada do g1 sobre o assunto: "Projeto do governo prevê TVs 4k, óculos de realidade virtual, e computadores para internos do Complexo de Bangu".
Sobre a manchete aparece escrito pelo desinformador: "Você que fez o L não tem esses itens em casa, mas os ladrões vão ter. O amor venceu", "CPX" e duas figurinhas, uma do Bolsonaro com os dizeres: "Eu avisei" e outra do Lula: "Fez o L porque quis".
Por que é falso
Trecho do jornal da Globo foi recortado. A gravação do telejornal RJ2 foi editada em vídeo que circula nas redes sociais para cortar "do Estado" em "governo do Estado" nas falas da apresentadora. O que dá a entender que a matéria é sobre o governo federal. Veja o original (aqui).
O programa não partiu de Lula. Chamado de Sala Makers, o programa é uma iniciativa estadual, da Secretaria de Educação do RJ.
O projeto visa equipar as escolas da rede estadual com aparelhos tecnológicos e começou em 2021. Na época, o governador do Rio já era Cláudio Castro (PL) e o presidente era Jair Bolsonaro (PL).
Não é um programa apenas para presidiários e sim para unidades de educação. A própria matéria do g1 diz que o projeto ia ser ampliado para as 19 unidades de educação dentro dos presídios, portanto, não seriam todos os presos que teriam acesso aos equipamentos, como indica o post falso.
Até o momento nenhum equipamento complementar foi adquirido, segundo a Secretaria Estadual de Educação. A relação de equipamentos noticiada era a lista completa de materiais usados nas demais unidades de ensino do RJ que fazem parte do projeto Sala Makers. Seria necessário ainda que a Secretaria Penitenciária do RJ determinasse quais dos aparelhos seriam incluídos nos centros educacionais das prisões, o que não ocorreu.
Itens cortados da lista foram retirados do post. No post também foi deletado o final da reportagem da Globo, em que se informa que foram retirados mais de 50 itens da lista e o posicionamento das secretarias sobre o assunto.
Não se diz mais Complexo de Bangu, mas sim de Gericinó. Desde 2004, através da Lei Nº 3.852, o complexo situa-se no bairro de Gericinó, desmembrado de Bangu (aqui).
O conteúdo também foi checado pelo Estadão Verifica (aqui).
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
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