General Girão não ordenou que código-fonte das urnas fosse 'tomado' do TSE
É falso que o deputado General Girão (PL-RN) tenha dito, em junho de 2023, que ordenou que "tomassem à força" o código-fonte das urnas eletrônicas da mão do presidente do TSE e ministro do STF, Alexandre de Moraes, como afirmam publicações nas redes sociais.
O vídeo é de uma audiência pública de 2022, em que o parlamentar criticava policiais federais que cumpriam ordens de prisão expedidas pelo Supremo contra bolsonaristas.
O pedido de checagem foi enviado ao UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049.
O que diz o post
"General Manda Tomar Código Fonte a Força De Moraes. Com a Paciência Pouca Ele Abre o Jogo: 'Vou Mostrar Quem Manda'. A Paciência Acabou", dizia texto sobreposto ao vídeo do discurso de Girão.
Em sua fala, o deputado se coloca a favor dos golpistas que protestavam em rodovias e em frente aos quartéis do Exército contra o resultado das eleições presidenciais de 2022 e contra a atuação da Polícia Federal —que cumpriu ordens de prisão expedidas pelo STF contra parlamentares bolsonaristas.
"Me desculpe, eu pedi passagem para reserva porque eu me recusei a obedecer uma ordem absurda. Eu deixo aqui a minha palavra: a Polícia Federal deveria recusar a ordem absurda de prender pessoas que não merecem ser presas", diz Girão.
Ele continua: "Nós não podemos aceitar que as nossas consciências sejam ultrajadas por uma ordem absurda, e ordens absurdas estão sendo emanadas uma, duas, três, centenas de vezes deste vizinho aqui [em referência ao STF], que, infelizmente, em relação ao nosso Congresso Nacional, é um vizinho que está à direita, mas ele nunca escreve mais à esquerda do que está hoje nesta conjuntura que vivemos aqui no país".
"Junho de 2023" é a legenda da publicação.
Por que é falso
Discurso de General Girão (aqui) era contra as prisões de parlamentares bolsonaristas, não sobre o código-fonte das urnas eletrônicas, como alegam as publicações falsas.
Na fala, ele cita o ex-deputado federal Daniel Silveira —preso em fevereiro de 2021, após divulgar um vídeo com ameaças aos ministros do STF (aqui e aqui)— e o deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) —acusado de difamação e injúria por ofender o ministro Alexandre de Moraes em 2020 (aqui). General Girão também defende o artigo 53 da Constituição, que diz: "Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos" (aqui).
O vídeo é antigo. Compartilhado nas redes como se fosse atual, o discurso de Girão é, na verdade, de 2022.
O código-fonte usado nas eleições de 2022 foi aberto em 2021 pelo TSE para a inspeção de entidades fiscalizadoras, como a Polícia Federal (aqui) e as Forças Armadas (aqui).
O UOL Confere (aqui) e o Projeto Comprova (aqui) já publicaram explicações de como funciona essa auditoria.
A urna eletrônica é utilizada no Brasil desde 1996 sem nenhuma comprovação de fraude ou adulteração de resultado desde então.
O UOL Confere considera como falso conteúdos que não têm amparo em fatos e podem ser desmentidos de forma objetiva.
O conteúdo também foi checado pelo Aos Fatos.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.